Olá,
este livro lê-se num ápice. Numa linguagem simples e com um enredo brutal e verídico, é um livro de e para adolescentes.
Como mãe, fiquei chocada que, enquanto professora, já desconfiava. A narradora perde, segundo ela, tardiamente, a virgindade, com 14 anos. Foi violada por 2 homens que lhe montaram uma armadilha. Esta, adolescente, de classe média alta conta, de forma demasiado real, a vida e objetivos dos adolescentes atuais. Não se enganem se pensavam ser rebeldes. Eles sabem tudo sobre nada. O vazio com que se debatem, a procura incessante em novas emoções no sexo, que é vulgarizado como algo carnal apenas, e nas drogas é atroz. Os riscos constantes, as violações de privacidade, de intimidade. É difícil de digerir, é inconsequente, é... inverosímil, cremos nós.
Todo o livro gira em torno do sexo e das drogas e da visão do mundo dos adolescentes. Este livro dói, magoa até ao limite do absurdo. Porquê? Como? O que fizeram ou não fizeram aos nossos adolescentes?
"Nessa noite, havia uma pergunta que não saía da minha cabeça: O que ganhamos ao ter perdido a virgindade tão cedo? Se calhar os nossos corpos estavam preparados para mandar uma queca, mas as nossas cabeças ainda não.
Pensei nos pais de cada um de nós. Apesar de fisicamente presentes, todos nos davam uma autonomia para a qual não tínhamos maturidade. Acabámos em permanente autogestão e profundamente influenciados por tudo aquilo que nos rodeara."
Agora, pensem!
Comentários