Provavelmente estavam à espera que eu escrevesse uma crónica em que falasse de livros, ou que enaltecesse o prazer da leitura, mas confesso que hoje me sinto terrivelmente preguiçoso para o fazer. A culpa é do meu imaginário demasiado absorvido pelos territórios do amor. Há dias em acordamos assim... Quarteira está admirável, nesta manhã de sol. Fixo o mar ao som de um cd de Serge Reggiani, com canções que falam de amor, e recordo, com alguma nostalgia, os espectáculos que esta grande figura da canção francesa realizou entre nós. Realmente, a sua arte de cantar e de dizer transportam-nos para os territórios da magia. Cultivando a inteligência e o rigor, Regianni, neste albúm que acabei de ouvir, interpreta com uma singular expressividade Appolinaire, Boudelaire, Verlaine, Rimbaud, Boris Vian, Jacques Prévert e Aragon. Luis Machado in Os Meus Livros