Normalmente nas reuniões de CT eu sou a mais nova, aquela a que a opinião é menos válida por falta de experiência, de caminho, de calo... não me incomoda, mas, ás vezes dá-me vontade de rir. Então, neste CT falava-se dos problemas familiares de alguns alunos que provocaram, ou serviram de desculpa, para fracos resultados escolares. Iniciou-se a conversa e descobri que pertenço a uma família moderna, dantes apelidada de família desestruturada, agora de família alargada, dantes éramos vítimas, agora monopolizadores, enfim... a conversa prolongou-se a casos específicos de violência doméstica e de pais alcoólicos, padrastos que são madrastas...Jesus! As professoras (só existem mulheres neste CT) desesperavam em rotular e explicar estas inovações e ideias completamente abstractas para um conservadorismo mal contido. Ri-me para mim mesma e achei que não valia a pena explicar o que é estar deste lado, qual o ponto de vista de quem vive com as decisões alheias e gere-as pela vida fora com finais felizes e infelizes como todas as histórias e muitas vezes sem saber como rotular estas pessoas que julgam saber mais que nós porque têm mais experiência, mais calo, mais idade.
Gabo-lhe o esforço de tentativa de adaptação a uma realidade que já nem considerava tão moderna quanto isso, mas entretanto, devem lembrar-se que já têm colegas com idade para ter sido seus alunos e que talvez possam explicar aquilo que lhes custa tanto nomear...ah e que até são felizes assim!
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