Olá,
mais uma leitura realizada. E que leitura!!
Desta vez um adolescente, Gonçalo. Ele e os amigos, adolescentes da classe média-alta, fascinados com a pornografia, perdem a virgindade entre amigos, aos 14 anos, tardiamente!!! O corpo como consumível, como busca de novas sensações de uma adolescência em que o sexo é sugerido em tudo o que assistem.
Depois da primeira vez, as "cenas" descontrolam-se, pela liberdade de já serem sexualmente ativos, estes adolescentes passam por todo o tipo de experiências sexuais, festas, orgias, sexo em grupo, vários casais no mesmo espaço, descem ao mais elementar das necessidades físicas e querem mais...
Gonçalo, cujos pais, devido à crise, entram numa situação económica debilitada, vê-se obrigado a mudar de escola. Constança, a irmã, sofre cyberbullyng, ele quer ser respeitado, resolve, com um amigo, tornar-se um dealer da droga, com a sua própria plantação. Eles fazem uma plantação de erva no apartamento de um amigo que está desabitado. Não chega ser respeitado e ter uma rede de droga pela internet, quer mais, quer manter o mesmo estilo de vida que tinha antes do desaire dos pais. Entre drogas duras e festas, começa a receber presentes para "foder" mulheres mais velhas, com a idade da mãe. Não as entende, mas quer os seus presentes, por isso fá-lo, sem pudor, sem vontade. Não admite que se tornou um prostituto e alicia outros amigos para fazê-lo também, consegue, torna-se "chulo" dos próprios amigos. Até ao dia... tudo se descontrola, toma drogas "legais", daqueles fertilizantes para plantas que não devem ser consumidos por pessoas, mas são e todos sabem. E os pais?
Os pais pensam que por o pc estar na sala que estão no controle... tolos! Os pais sentem-se culpados por terem de baixar o nível de vida, os pais acreditam que o filho trabalha e... descansam. Até ao dia... até ao dia em que tudo corre mal e Gonçalo entra em coma devido ao consumo de drogas legais. Chora a mãe, não sabe que perdeu o seu filho muito antes de ele entrar em coma.
Um livro duro, forte, realista e assustador.
"Após o que aconteceu com o meu telemóvel, eu e a Madalena dissemos várias vezes que sentíamos estar a crescer em autogestão, numa época em que os pais e as escolas eram mais ignorantes do que nós em relação às novas tecnologias. Isso deixava-nos muito inseguros."
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