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Mensagens

Se isto é um Homem, Primo Levi

Já andava na minha prateleira há algum tempo, mas eu não me decidia. O tema agradava-me, mas tinha medo de me dececionar. Temia que fosse demasiado filosófico... Comecei e já não parei. Não é uma leitura simples, mas também não é um quebra-cabeças.  Primo Levi, judeu italiano, apanhado pela máquina nazi, foi capturado em Auschwitz. Este o nome que ninguém deveria esquecer, para que nunca nos esqueçamos que o ser humano consegue ser animalesco pela sobrevivência e pelo poder da crueldade. Convenhamos que, ninguém, com um mínimo de valores, conseguirá tratar desta forma outro ser humano diariamente, durante anos. Primo Levi, que viria a falecer em consequência de uma queda na escada do prédio onde vivia, sobreviveu ao campo de concentração. Sobreviveu porque no meio do azar, teve sorte. Sorte por ter apanhado escarlatina e não ter sido encaminhado para a caminhada da morte , sorte por ter conhecimentos de química e ter conseguido manter-se quente no laboratório para onde foi destinado
Mensagens recentes

O fim da inocência II, de Francisco Salgueiro

Olá, mais uma leitura realizada. E que leitura!! Desta vez um adolescente, Gonçalo. Ele e os amigos, adolescentes da classe média-alta, fascinados com a pornografia, perdem a virgindade entre amigos, aos 14 anos, tardiamente!!! O corpo como consumível, como busca de novas sensações de uma adolescência em que o sexo é sugerido em tudo o que assistem. Depois da primeira vez, as "cenas" descontrolam-se, pela liberdade de já serem sexualmente ativos, estes adolescentes passam por todo o tipo de experiências sexuais, festas, orgias, sexo em grupo, vários casais no mesmo espaço, descem ao mais elementar das necessidades físicas e querem mais... Gonçalo, cujos pais, devido à crise, entram numa situação económica debilitada, vê-se obrigado a mudar de escola. Constança, a irmã, sofre cyberbullyng, ele quer ser respeitado, resolve, com um amigo, tornar-se um dealer da droga, com a sua própria plantação. Eles fazem uma plantação de erva no apartamento de um amigo que está desab

D. Sebastião e o vidente, de Deana Barroqueiro

É um calhamaço!! Conta com 629 páginas, rebuscadas, com um vocabulário erudito, muitas personagens, mas ... fascinante! Este livro, obviamente, relata a história de vida de D. Sebastião com todos os pormenores, desde a mãe que o deixou, à sua deformidade física, ao seu caráter, bravura... Assim, este pequeno rei, em tamanho e em idade, demonstrou a sua infantilidade nos rasgos de bravura. Inocente, sonhava com a guerra, mas soube antever os interesseiros que lhe apareceram pelo caminho. Existe também Miguel, um menino que nasceu no mesmo dia que ele e que o acompanha ao longo da história, mas que acaba por nunca conseguir aproximar-se o suficiente. É ele o vidente do título, mas a sua personagem acaba por não ser muito "útil", uma vez que é incapaz de mudar o rumo dos acontecimentos, limita-se a admirá-lo ao ponto de o acompanhar à morte. Quem não conhece D. Sebastião, o desejado, aquele que desapareceu em Alcácer Quibir e que regressará envolto no nevoeiro. Cá te es

O fim da inocência, de Francisco Salgueiro

Olá, este livro lê-se num ápice. Numa linguagem simples e com um enredo brutal e verídico, é um livro de e para adolescentes. Como mãe, fiquei chocada que, enquanto professora, já desconfiava. A narradora perde, segundo ela, tardiamente, a virgindade, com 14 anos. Foi violada por 2 homens que lhe montaram uma armadilha. Esta, adolescente, de classe média alta conta, de forma demasiado real, a vida e objetivos dos adolescentes atuais. Não se enganem se pensavam ser rebeldes. Eles sabem tudo sobre nada. O vazio com que se debatem, a procura incessante em novas emoções no sexo, que é vulgarizado como algo carnal apenas, e nas drogas é atroz. Os riscos constantes, as violações de privacidade, de intimidade. É difícil de digerir, é inconsequente, é... inverosímil, cremos nós. Todo o livro gira em torno do sexo e das drogas e da visão do mundo dos adolescentes. Este livro dói, magoa até ao limite do absurdo. Porquê? Como? O que fizeram ou não fizeram aos nossos adolescentes? &qu

Uma verdade simples, de Jodi Picoult

Leitura agradável, mas não brilhante. É um livro que se lê facilmente, apesar de não me ter cativado no início. Para ser sincera só a mais de meio consegui nutrir algum interesse pela história. Até lá, achei o livro banal, expectável e cinematográfico. Considero que não é um livro mau, apenas não é a minha onda.  Então, relata a história de uma rapariga amish, que é acusada de matar o seu próprio filho à nascença e da sua advogada cosmopolita e mal resolvida amorosamente. A advogada não acredita na sua inocência, mas resolve ajudá-la a pedido de Leda, sua tia. Depois disso surgem as peripécias. A advogada acaba por acreditar na sua inocência quando ela se considera culpada, entretanto reapaixona-se pelo psicólogo que defende a acusada, que por sua vez era um namorado antigo. A acusada revela, aos poucos, a verdadeira história da noite da morte e enfrenta a dificuldade entre escolher o pai do filho, pertencente ao mundo normal e a sua vida simples de amish. O que lhe aconteceu? É c

Por treze razões

Olá, Por treze razões é um livro já com uma série, disponível na Netflix (2 temporadas) e que vi antes da leitura do livro. Não torno a repetir a proeza. A leitura não foi satisfatória porque dava por mim a passar os olhos pelas páginas sem as LER realmente. É um livro de Jay Asher, a minha edição é da Editorial Presença e tem 229 páginas. É um livro direcionado para adolescente e sobre adolescentes. A narradora é participante, Hannah Baker, que depois de suicidar-se, faz chegar a vários destinatários, cassetes em que explica a cada um deles de que forma contribuiu para o desfecho que decidiu dar a si própria. Também temos outro narrador, Clay, mas também ele é participante, homodiegético. Hannah, aluna nova da escola, cobiçada por muitos rapazes, ingénua, acredita na boa fé dos seus pares e termina traída pela maior parte deles, ainda que, alguns, com boas intenções. Assim, vemos retratada a realidade dos jovens americanos, com tudo a que se tem direito, bullyng, violação, sexo

O rapaz do rio, de Tim Bowler

Olá, mais uma leitura, desta feita no âmbito da literatura infanto-juvenil. Muitas vezes deparo-me com a dificuldade de sugerir leituras aos meus alunos. Embora as diretrizes nos mandem sugerir obras presentes nas listas do Plano Nacional de Leitura, a verdade é que é, por vezes, difícil para os alunos fazer leituras que dali constem. As bibliotecas escolares não estão apetrechadas de forma conveniente, ou não estão arrumadas de forma conveniente, ou os alunos não podem comprar as obras, ou não há biblioteca municipal... ok, já perceberam! Muitas vezes vou, apenas, controlando o que eles lêem, contando que o façam, para mim, está ótimo. Assim, um dos meus objetivos é continuar a conhecer algumas das obras que constam das ditas listas, apesar de algumas delas serem completamente irrealistas. Então, desta vez li a obra mencionado no título. Ainda que eu saiba que as 156 páginas que o compõem sejam suficientes para assustar qualquer adolescente "normal" hoje me dia,