Falava-me há pouco das cintas de promoção e das figuras em k-line. Há uns anos o editor era uma pessoa apenas preocupada com o conteúdo pragmático da sua editora e a escolha dos livros. Hoje, assiste-se dentro das editoras, a uma preocupação com as áreas de gestão e marketing paralelamente à parte editorial. Como é que comenta esse cenário?
Eu acho que isso é necessário, as editoras que têm um determinado número de funcionários necessitam de xis títulos (50, 100 ou 200) por ano. Se não estiverem organizadas a esse nível, com toda a lógica das empresas, obviamente que não têm vida.
Agora, eu digo como os surrealistas: "nós não simpatizamos com a polícia, com o exército, com os padres, mas entendemos que eles são necessários a esta sociedade, com a qual igualmente não simpatizamos". Eu entendo que essas editoras precisem de tudo isso, mas não simpatizo com isso, isso não me diz nada. Aqui, trabalhamos de outra maneira, não há departamentos, não há directores... há três pessoas, duas em part-time, produzimos 10 ou 12 livros por ano... e é tudo!
Como é que vê o aparecimento de tantas editoras nos últimos tempos?
Não me assusta, nem acho que seja criticável. Se as pessoas têm esse desejo de editar, esse desejo não deve ser mutilado. Mas, acho que as editoras entram e saem. No início, quando têm 90 dias ou 6 meses para pagar ás tipografias, ainda não têm armazéns, não têm impostos...há sempre dois ou três anos que são muito fáceis. Depois, desaparecem. Tem sido assim. E destas editoras que surgiram recentemente, penso que muitas delas não terão condições para se aguentar, algumas já estão a fazer um grande desvio dos seus próprios projectos, perdendo o conceito inicial. Mas, a edição é uma coisa apaixonante.
in Os Meus Livros, Maio de 2006
Andei a ler este livro, terminei-o há 2 dias e tive uma grande desilusão. Bem, é certo que eu já não tinha gostado de "O Diário de Anne Frank", por isso, também não gostei deste. Passei o livro todo a pensar que a jovem era normalíssima apesar de viver no regime de Estaline. As preocupações eram as mesmas de qualquer jovem com a idade dela, aliás até a achei um pouco acriançada dadas as circunstâncias e os seus 18 anos de idade. Enfim, um fiasco! Não consigo gostar mesmo, porque fico sempre à espera de detalhes e pensamentos que eu acharia próprios da época e do contexto e acabo por achar que as jovens sofreram um bocado sim, mas isso não as fez diferentes da grande maioria dos jovens de hoje com a mesma idade, inclusivê esta abusa do egocentrismo e preocupação estética de uma forma quase doentia. Gostaria de ter mais para dizer, mas de facto, o livro não me despertou grande atenção. Na minha opinião: não comprem!
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