Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2014

O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo

Terminei esta leitura e gostei. O morto, o Sr. Napumoceno proporcionou-me cenas de rir, de choro, de ironia e de malvadez. Em vida, teve uma "sorte dos diabos", em morte continuou a fazer valer as suas vontades como quem as viveu. Este autor proporciona um tom irónico e humorístico que nos aproxima das personagens e nos faz "ver" segundo a sua forma de estar na vida. O morto fez a sua riqueza à custa de um engano seu na encomenda de guarda-chuvas, numa terra onde raramente chove. Consegue um sobrinho que trabalha por si, mas que lhe está sempre em dívida. Conhece o amor despudorado por uma mulher com quem nunca assume uma relação e tem uma filha da senhora da limpeza da saia verde. Dá e tira como lhe convém. Evolui e reserva-se conforme os seus apetites. Vive como quer e ambiciona viver de outra forma. "Dizia-se que andava adoentado, a velhice não perdoa a ninguém. Mas muito bom homem. Porém, sobre Adélia nenhuma informação. Os mais velhos falaram de fa

Germano Almeida

Germano Almeida  ( Boa Vista ,  1945 ) é um  escritor   cabo-verdiano . Germano Almeida estudou  Direito  em  Lisboa  e dedica-se à advocacia na ilha de  São Vicente . Seus  romances  foram traduzidos para diversas línguas. Caracteriza-se por usar de forma magistral as armas do  humor  e da  sátira , denuncia de forma ímpar a duplicidade hipócrita da sociedade cabo-verdiana, asfixiada durante os primeiros anos de independência por um regime de partido único. Exemplo desse humor acutilante é  O Meu Poeta , romance de grande fôlego onde o autor satiriza com invulgar sarcasmo a realidade cabo-verdiana. É considerado o primeiro romance verdadeiramente nacional.

O Assédio

Com a viragem do novo ano terminei a leitura anteriormente anunciada. Gostei do livro, considerando que não gosto de policiais. Gostaria que Lolita tivesse ficado com o capitão Lobo, como se aguardava desde o início do livro. Sem dúvida que a personagem que mais gostei foi do nosso inspetor Tizon e da sua experiência sensorial com o assassino de meninas desprevenidas, gostei do raciocínio sobre a ligação entre os locais onde caíam as  bombas e os assassínios, apesar de não ter gostado da explicação final pelos atos clandestinos do assassino, pois nesse caso, apeteceu-me conhecer um pouco mais desta personagem que surge apenas na parte final do livro. Querem saber mais? Leiam. "- Não sei quais são as peças - diz Tizón. - Eles, imagino. Nós. - Os franceses? O professor Barrul continua confuso. - Com quê? - Não sei dizer-lhe. Com o que se passa. - É evidente que têm a ver. São eles que nos cercam. - Não me refiro a isso." O Assédio , Arturo Perez-Reverte,