Descobri que a saudade tem cheiro de chuva e é cinzenta...a cor da melancolia, dos suspiros e olhares vagos. Descobri que subo quando penso descer, que me abrigo no chapéu preto da recordação e embruteço da ferocidade do sentir. Descobri que sou cinzenta de saudade e me abrigo na história das recordações que os sonhos não corrompem. Descobri que no tempo não há tempo de chuva e as alegrias têm sempre cheiro de sol... e cansam e estragam a chuva que quero guardar cinzenta e melancólica no baú velho e empoeirado do que sou. Descobri que há gente que fica na história da gente, mas que não sou originalmente cinzenta! Descobri que tenho sol encoberto de sonhos e de chuva quente!