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Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2007

Acompanhar todo o processo (parte 4)

"Criei uma editora, a Alley, onde fazemos os alunos passarem por todo o processo de publicação do livro, compondo esse trabalho juntamente com o editor, conhecendo de perto a relação entre autor e editor. Assim, eles aprendem a conviver com o designer, com o ilustrador, com o revisor ou com o copy-desk. Depois, eles fazem uma tiragem pequena, cerca de trezentos exemplares, acompanhando a produção na gráfica e passam em seguida pelo lançamento do livro, com a presença dos media e tudo". Relativamente à construção do livro, Sonia Belloto acredita nas vantagens de uma formação completa. Na Fábrica dos Textos aprendem-se métodos de escrita, sempre com o público como guia, mas aprende-se também a paginar um livro, a escolher uma capa que sobressaia nas livrarias, a definir um bom texto de contracapa. Às técnicas de escrita associam-se, assim, as do grafismo, as da produção e, principalmente, as do marketeing, que acompanham todo o processo, tendo sempre os interesses do público co

Técnicas e Truques (parte 3)

E, se o talento não se aprende, as técnicas e o desenvolvimento de um método de escrita constituem a essência do livro de Sonia Belloto, que dedica várias páginas à estrutura do texto, à caracterização das personagens e à importância dos diálogos na boa construção de uma história. Aqui, uma espécie de leitor-modelo é o centro do mundo e é em função dele que se apresentam recursos estilísticos e estratégias narrativas através de exemplos concretos. Os erros frequentes e os lugares-comuns são também apresentados, de modo a que se possam confrontar com formas eficazes de atingir objectivos específicos traçados inicialmente. O leitor é convidado a reparar em pormenores de livros como "O Nome da Rosa" ou "Alice no País das Maravilhas", com o desígnio de decifrar mecanismos mais eficazes para a comunicação de cada ideia ou sensação. Frases curatas, simplicidade, surpresa e boa utilização das figuras de estilo são as regras mais apontadas. Curiosamente, os últimos cinco ca

(parte 2)

A receita de sucesso para a elaboração de um livro parece ser a demanda de muitas das pessoas que se inscrevem nos cursos de escrita criativa, eventos cada vez mais frequentes entre a oferta cultural disponível. Mas faltav dar resposta aos que, não tendo disponibilidade ou vontade para a frequência de um curso regular, gostariam de ver em letra de forma algumas das técnicas e segredos que ajudaram a definir tal receita milagrosa que todos procuram. Sonia Belloto, autora do manual "Como Escrever um Livro e Conseguir que um Editor o Publique", recentemente publicado pela Texto Editores, é também directora da escola brasileira Fábrica dos Textos e acredita que o esforço e a dedicação podem fazer a diferença entre um bom e um mau escritor. Nos últimos anos tem-se dedicado a um programa de escrita criativa que permita aos alunos ultrapassarem algumas inibições e desenvolverem técnicas de expressão eficazes para a construção de uma boa história. Neste manual que agora se disponibil
Na verdade, não vale a pena chatearmo-nos muito, porque é um confronto onde todos vão ganhar: João Pedro Jorge vai esgotar as Couves e Maragarida Rebelo Pinto vai fazer render a sua mais recente alforreca. João Miguel Tavares in Diário de Notícias , 31/03/2006 Já lá vai o tempo em que literatura era só para apaixonados pela arte!!!

Pepsi x Shaolin

Neste falanstério de gente crescida já tudo se vende. É preciso é saber vender - diria o meu pai - vendedor por orgulho. Mas sem dúvida que todos os dias é preciso ter mais imaginação, num mundo onde pouco há por inventar. Como gosto de publicidade, aqui fica um gostinho.

Até dá vontade de rir (parte3)

Para terminar, dois títulos que apresentam o fenómeno por vias diferentes. "O Código Stravinci", de Toby Clemens (Difel) já referido nestas páginas. Num tom de sátira declarada, Clemens constrói uma conspiração sobejamente divertida, recorrendo ao to usado por Brown, mas aplicando-o a um humor sem tréguas - aqui, a diversão é a mais importante descoberta do leitor. Já "O Código D´Avintes" é um texto conjunto de diversos escritores portugueses, onde os sete magníficos Alice Vieira; João Aguiar; JoséFanha; José Jorge Letria; Luísa Beltrão; Mário Zambujal e Rosa Lobato Faria empreenderam um ´mistério que envolve a infância de Cristo e cuja solução remete para... as margens do Douro. O que é nacional é bom, pois então. Uma coisa é certa e indiscutível: Dan Brown pode não ser um excelso escritor nem ter desenvolvido um estilo ímpar que o coloque no panteão dos autores com "A grande",todavia, a movimentação que gerou com o seu livro, originando inúmeros títulos

Dan Brown: factos e ficções

A pensar em todos os que anseiam saber mais sobre a vida de Dan Brown e todo o processo que o colocou no centro das atenções de milhões de pessoas, a Casa das Letras aproveitou o embalo para editar "Dan Brown - Biografia" onde se conta a ascensão deste mago, senão da literatura, pelo menos, das iniciáticas artes de Midas, transformando letras em muitos milhões de dólares, euros, ou outras unidades monetárias. Um mergulho no passado do escritor, incluindi aspectos menos conhecidos, como a importância de sua mulher, Blythe, na pesquisa para os livros que publicou ou os dois livros renegados: "187 Men to Avoid: A Survival Guide for the Romantically Frustrated Womwn (187 Homens a Evitar: Guia de Sobrevivência para a Mulher Romanticamente Frustrada), sob o pseudónimo de Danielle Brown e "Bald Book (Livro Careca)", onde se pretende "consolar homens que estão a ficar carecas, contando-lhes anedotas sobre coxos". Já muito se discorreu sobre os limites da ficç

Giocondas de bigode (parte 1)

O livro mais famoso de Dan Brown tornou-se numa inegotável alavanca para o mercado livreiro, capaz de incentivar lançamentos sucessivos. A recente estreia do filme baseado em "O Código Da Vinci" revelou-se uma óptima oportunidade para fazer render o filão. A Bertrand, editora de Dan Brown em Portugal, encabeça esta gigantesca investida com três novos títulos. "O Código Da Vinci - Making Of" é uma apelativa viagem aos bastidores das filmagens do tão esperado blockbuster, apresentando trunfos com o texto integral do argumento de Akiva Golsman; storyboards inéditos; descrições das acções de recriação arquitectónica ou imagens das filmagens no interior do Louvre. E, uma vez que os cenários são uma vertente carismática desta história, "O Código Da Vinci - Diário de Uma Viagem" revela-se também uma boa aposta, transportando o leitor aos lugares onde decorre a acção deste thriller. Uma forma de recriar a aventura vivida por Robert Langdon, em espaços tão díspares

Literatura

"Já muita gente criticou a Margarida (Rebelo Pinto), mas é a primeira vez que alguém tenta usar o nome dela para ganhar dinheiro." Antonio Lobato Faria, in Diário de Notícias, 29-03-06

As saudades do rio

Nasci à beira rio. Tenho saudades dos tempos gostosos em que a liberdade da província nos deixava traulitar nas ínsuas das margens do Tejo. Tenho saudades do sabor que deixava na boca as corridas infatigáveis sem medo da perda e quando tudo parecia novo. Arrancaram-me ao Tejo, mais tarde voltei, não sabia da saudade, mas sabia o que me sabia bem. Fugi dos obstáculos das gentes que não compreendem a riqueza maior do cheiro de casa. Não volto. Mas é o Tejo que recordo com saudade de acolher a riqueza das asas compridas de uma vida pela frente. É com o Tejo que me recordo feliz, com as pontes velhinhas que entro no ninho e sinto a recordação doce dos tempos de meninice, dos abraços velhinhos dos meus avós ternos de filiação. É lá que me sinto de regresso, que me reconheço por reconhecer o espaço, a cor, as medidas do meu jardim à beira do Tejo.

150 anos dos Caminhos de Ferro em Portugal

Lbert Von Brun nasceu em 1954, na Suiça. Contudo, é a este homem que se deve uma sentida homenagem a algumas das páginas esquecidas da nossa literatura. O título é "Carris de Papel" e o subtítulo desvenda a proposta: "O Caminho-de-Ferro na Literatura Portuguesa". O livro - lançado pela Caminho - está organizado em três partes: Poesia; Contos e Romances e Cartas, Memórias, Depoimentos. A introdução inicia-se com algumas frases de Italo Calvino e bastam essas frases como nos explica o autor, para "entrarmos no tempo dos comboios, um tempo diferente do nosso, cheio de aventuras e de grandes expressos, de noites cortadas pelo silvo das locomotivas". Tomando como ponto de partida a presença deste inigualável meio de transporte, Von Brunn (que lançou em 2003 "Trilhos na Cabeça - Uma Antologia do Comboio na Literatura Brasileira") devolve ao nosso convívio algumas páginas esquecidas da nossa memória literária.É agradável reconhecermos face aos poemas de

Nuno Júdice

O meu pelotão era uma mistura de marginais, desertores e refractários - e achei natural que tivessem incluído um poeta nesse grupo. Nuno Júdice , in Jornal das Letras, Artes e Ideias, 29-03-2006 Sempre tive o conceito de que um poeta, daqueles a sério, era alguém com uma sensibilidade demasiado frágil, demasiado sensível, demasiado ... arte. O que é certo é que escritor continua a não ser uma profissão desejável pelas incertezas que traz e pela inquietude que acarreta. Hoje em dia ser escritor é quase como ser cantor, só alguns é que o são, mas todos podem usar o título. No entanto, já não é um grupo marginalizado, como Judíce se refere a ele mesmo na acima declaração. Ser escritor é... (completem a frase por favor). Carpe diem Confias no incerto amanhã? Entregas às sombras do acaso a resposta inadiável? Aceitas que a diurna inquietação da alma substitua o riso claro de um corpo que te exige o prazer? Fogem-te, por entre os dedos, os instantes; e nos lábios dessa que amaste morre um fi

Potencial

Hoje é para a onda da filosofia. Ah, pois é bébé! Afinal de que nos vale uma vida ubérrima, se simplesmente não conseguimos nunca chegar áquilo que o dinheiro não pode comprar. Mas podemos tentar, lutar para nos tornarmos diferentes e seres humanos melhores.

Afinal é do meu pc.

Afinal o problema deve ser do meu pc. Estou no pc do meu namorado e aqui aparecem as funções todas. Algo se passa na casa-das-máquinas! Enfim, está mesmo na altura de lhe dar a reforma, mas não há "guito"... Temos pena, vamos ter de continuar a usufruir de outros recursos. Mas o meu post, antes desta adrenalina toda seria sobre o Dia da Mulher. É verdade, nunca liguei muito a este dia, a não ser que é sempre uma boa desculpa para pôr a cusquice em dia com as amigas, mas as amigas já não são como antigamente e as cusquices já são todas velhas. No entanto, também não sou radical ao ponto de achar que as mulheres não merecem este dia ou, como dizem algumas, ter um dia não nos faz especiais... obviamente que não! Cada um é como cada qual, seja homem ou mulher, mas vejamos, há aí uma data de dias sem significado aparente e de quem ninguém se lembra, mas nem por isso deixam de ser menos dias. As mulhere conquistaram direitos que não tinham, desenvolveram batalhas até chegarmos até

Um salto no vazio (parte 2)

Tudo parece desabar quando uma enigmática e cativante mulher lhe pede para autografar um exemplar de "O Último Cabalista de Lisboa", (Quetzal) dizendo que o livro lhe mudou a vida e a ajudou a tomar uma decisão. Pouco tempo depois cai-lhe, aos pés, de uma janela do hotel em que estavam hospedados. "Hoje em dia é fácil os leitores entrarem em contacto comigo. Antigamente era preciso enviar uma carta à editora, e eu só a receberia passados uns 60 milhões de anos. Agora estou mais exposto às reacções emocionais das pessoas, e isso é ótimo, mas obrigou-me a considerar as minhas responsabilidades enquanto autor, porque o que eu escrevo pode afectar a vida de alguém. Espero que de forma posisiva mas, e se não for? A ideia para o livro surgiu daí. E se alguém me dissesse que o livro lhes tinha afectado, e depois fizesse algo terrível?" De imediato, surge a questão: será verdade? Essa torna-se cada vez mais pertinente ao longo do livro, à medida que se descobre o passado, p

Um salto no vazio (parte 1)

O vídeo é apenas um aparte. "Sou uma pessoa sensivel e psicologicamente frágil. Quando o meu irmão adoeceu com SIDA e morreu, apercebi-me da minha própria vulnerabilidade", diz-nos Richard Zimler, com a mesma franqueza que o levou a revelar aspectos muito pessoais da sua vida nas páginas do seu mais recente romance "À Procura de Sana" (editado pela Gótica)que, sendo ficção, não deixou de ter uma grande dose de autobiografia, uma vez que o próprio Zimler é a personagem central desde as primeiras páginas. E é logo nas primeiras páginas que nos damos conta de um narrador à beira da depressão, um estado que já conheceu por duas vezes. in Os Meus Livros