E, se o talento não se aprende, as técnicas e o desenvolvimento de um método de escrita constituem a essência do livro de Sonia Belloto, que dedica várias páginas à estrutura do texto, à caracterização das personagens e à importância dos diálogos na boa construção de uma história.
Aqui, uma espécie de leitor-modelo é o centro do mundo e é em função dele que se apresentam recursos estilísticos e estratégias narrativas através de exemplos concretos. Os erros frequentes e os lugares-comuns são também apresentados, de modo a que se possam confrontar com formas eficazes de atingir objectivos específicos traçados inicialmente. O leitor é convidado a reparar em pormenores de livros como "O Nome da Rosa" ou "Alice no País das Maravilhas", com o desígnio de decifrar mecanismos mais eficazes para a comunicação de cada ideia ou sensação. Frases curatas, simplicidade, surpresa e boa utilização das figuras de estilo são as regras mais apontadas.
Curiosamente, os últimos cinco capítulos do livro de Belloto são dedicados à produção, ao mundo editorial e ao mercado do livro e edição, cumprindo-se assim a segunda parte do título, aquela que remete para a tão ansiada publicação.
Nesta parte final apresenta-se ao leitor o funcionamento empresarial que qualquer editora pressupõe, explicando a necessidade de vender livros que se editam e os processos que podem ajudar a garantir essa venda. Além disso, as diferentes fases de produção do livro são elencadas e a profissionalização do mercado livreiro é introduzida como tema fulcral para fazer compreender a necessidade de um método forte e de um conhecimento profundo para que a escrita possa resultar como ganha-pão. A importância desta visão abrangente é corroborada pela conversa que mantivemos com a autora.
Leitura agradável, mas não brilhante. É um livro que se lê facilmente, apesar de não me ter cativado no início. Para ser sincera só a mais de meio consegui nutrir algum interesse pela história. Até lá, achei o livro banal, expectável e cinematográfico. Considero que não é um livro mau, apenas não é a minha onda. Então, relata a história de uma rapariga amish, que é acusada de matar o seu próprio filho à nascença e da sua advogada cosmopolita e mal resolvida amorosamente. A advogada não acredita na sua inocência, mas resolve ajudá-la a pedido de Leda, sua tia. Depois disso surgem as peripécias. A advogada acaba por acreditar na sua inocência quando ela se considera culpada, entretanto reapaixona-se pelo psicólogo que defende a acusada, que por sua vez era um namorado antigo. A acusada revela, aos poucos, a verdadeira história da noite da morte e enfrenta a dificuldade entre escolher o pai do filho, pertencente ao mundo normal e a sua vida simples de amish. O que lhe aconteceu? É c
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