
Tudo parece desabar quando uma enigmática e cativante mulher lhe pede para autografar um exemplar de "O Último Cabalista de Lisboa", (Quetzal) dizendo que o livro lhe mudou a vida e a ajudou a tomar uma decisão. Pouco tempo depois cai-lhe, aos pés, de uma janela do hotel em que estavam hospedados.
"Hoje em dia é fácil os leitores entrarem em contacto comigo. Antigamente era preciso enviar uma carta à editora, e eu só a receberia passados uns 60 milhões de anos. Agora estou mais exposto às reacções emocionais das pessoas, e isso é ótimo, mas obrigou-me a considerar as minhas responsabilidades enquanto autor, porque o que eu escrevo pode afectar a vida de alguém. Espero que de forma posisiva mas, e se não for? A ideia para o livro surgiu daí. E se alguém me dissesse que o livro lhes tinha afectado, e depois fizesse algo terrível?"
De imediato, surge a questão: será verdade? Essa torna-se cada vez mais pertinente ao longo do livro, à medida que se descobre o passado, primeiro traumático e depois assustador de Sana, a suicida - desde a infância como palestiniana em Israel até ao seu envolvimento com o terrorismo.
"Muito do mistério da ficção é não saber, em qualquer romance, o que é verdade e o que não é, porque assim somos levados pela narrativa a acreditar em tudo. Digo isto para justificar a minha reticência em dizer, cena a cena, o que é ou não real. O que posso dizer é que há partes do livro que se passaram tal e qual eu as lembro, e outras completamente inventadas".
Em relação às personagens principais, "posso dizer que a Sana é inspirada numa pessoa real, embora essa pessoa não tenha feito tudo o que a Sana fez no livro, mas Helena, (a judia amiga de infância de Sana), é totalmente inventada".
in Os Meus Livros
Continuo dividida entre se leio ou não o livro. Neste momento tenho tantos em lista de espera que não consigo decidir-me.
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