
As notícias são quase diárias, instalando um clima de apreensão. A subida do preço do petróleo e as consequências que acarreta para a Economia mundial, são tema de conversa global - já todos perceberam que afecta a todos.
Dois livros recentemente lançados abordam diversas questões relacionadas com a utilização do chamado "ouro negro", bem como a necessidade de equacionar alternativas exequíveis, sob o risco de nos tronarmos reféns de um problema nascido no seio da própria evolução da Humanidade.
"Petróleo? Qual crise?" foi escrito por um português, José Caleia Rodrigues, é uma das primeiras obras de Booknomics, editora recentemente especializada em Economia e Gestão. Alertando precisamente para a "desenfreada intensificação e descontrolada massificação da utilização do petróleo bruto convencional", o autor - gestor de diversas empresas industriais em Portugal, Angola e Venazuela, mas também conselheiro económico das embaixadas portuguesas em Israel, África do Sul, Namíbia e Marrocos - deixa um alerta: "seremos obrigados a conjugar várias fontes energéticas alternativas disponíveis, utilizá-las racionalmente e optar por um ambiente mais limpo ou manutenção do desenvolvimento económico". Sem todavia, escamotear que "os custos associados ao cumprimento das exigências ambientais e os investimentos a realizar (...) serão, inviavelmente repecurtidos nos consumidores".
Quase em simultâneo, a Bizâncio colocou nas livrarias "Petróleo - O Grande Desafio do Século XXI", de James Howard Kunstler. Estamos perante uma obra abrangente, onde questões como a geopolítica, as alterações climatéricas, o inevitável esgotamento dos combustíveis fósseis ou as consequências da globalização para a compreensão - e alastramento dos sinais preocupantes - são apresentadas de uma forma acessível e com um enquadramento histórico que, sem se tornar maçudo, auxilia uma entrada confortável no tema.
Dois livros gerados de uma mesma conjuntura: a consciência de que temos um problema entre mãos e, ou nos apressamos a resolvê-lo, contrariando a pessimista noção de que "o homem é o lobo do homem" (Herman Hesse dixit) ou as consequências poderão ser imprevisíveis, não só na Economia, dada a inter-relação que hoje existe entre os mais variados domínios da actividade humana.
João Morales in Os Meus Livros
Pois é malta, até agora temos andado "a brincar com a tropa", mas não é só o dinheiro que importa, é a qualidade de vida que queremos dar aos nossos descendentes, e não me parece que a coisa melhore. Pior, muitos educadores continuam a não dar a devida importância, se é que dão alguma, ao tema do ambiente e do que estão a fazer ao nosso planeta. É pena, que de facto, continuemos a violar os nossos próprios direitos e por consequência, a nossa carteira!
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