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Génio na arte de falsificação (parte 9)


A última etapa da sua vida tem ares de comédia. Os sócios zangaram-se e terminaram perante os tribunais de vários países. Isso afectou Elmyr, cujos trabalhos perderam qualidade. Algumas das suas obras despertaram suspeitas e não tardou que o nome de Fernand Legros começasse a ficar comprometido. Tantos escândalos acabaram por provocar a desconfiança do magnata texano, que pediu aconselhamento a cinco peritos. A conclusão foi inapelável: 44 quadros não eram originais. Meadows transformou-se segundo um jornalista, "no homem que possui a maior colecção de falsificações do mundo".

"A falsificação terminou", disse então Elmyr, "eu já sofri bastante". As autoridades espanholas tinham-no identificado e abriram uma investigação. Mais tarde, por decisão de um tribunal, foi condenado a dois meses de prisão por homossexualidade, convivência com deliquentes e "carecer de meios demontráveis de subsistência".

Finalmente, tudo serenou e Hory pôde viver os últimos anos da sua vida em relativa paz, na sua querida ilha de Ibiza. Um ano antes de morrer, realizou uma exposição em Madrid, cheia de peças realizadas "ao estilo de" mas assinadas, orgulhosamente, por "Elmyr". De facto, tornou-se tão célebre que se deu o caso de artistas realizarem cópias de falsificações suas.


Alberto de las Fuentes in Única

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