
"A Soma dos Dias" podia também chamar-se "Depois de Paula e com a Paula". É acima de tudo um livro biográfico, que conta a história da sua "tribo" depois da morte de Paula, a sua filha que dá também nome a um dos seus romances.
Não é uma ficção cheia de personangens fascinantes como quase todos os seus livros, e que esta autora tão bem nos habituou. É um livro diferente, mas que expõe a raridade de uma familia numerosa (a sua própria família), toda ela diferente, mas que se mantém unida através do amor, acima de tudo, o amor.
"O filme caiu como uma chapada na extrema-direita, mas foi recebido com entusiasmo pela maioria, em particular pelos jovens, que haviam crescido sob a mais estrita censura e queriam saber mais sobre o que acontecera no Chile nos anos 70 e 80. Na estreia, recordo que um senador confesso de direita se levantou, furioso, e saiu ruidosamente da sala, dizendo para os presentes que o filme era um chorrilho de mentiras contra o benemérito da pátria que fora o nosso general Pinochet. A imprensa perguntou-me o que pensava eu do caso. "Toda a gente sabe que o homem é tonto", respondi de boa-fé, porque já o ouvira dizer muitas vezes. Lamento ter esquecido o nome do homem... Apesar dos incidentes iniciais, o filme teve um grande êxito e dez anos mais tarde continuava a ser um dos preferidos na televisão e em vídeo."
"A Soma dos Dias", Isabel Allende, Difel
nota: Agradeço à minha prima Silvia pela oferta feita.
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