O vídeo acima representa o trabalho de um grupo de alunos sobre Camilo Castelo Branco, sobejamente conhecido pela obra obrigatória na escola "Amor de Perdição". O que muitos não sabem é que este Sr. fartou-se de escrever, quanto mais não seja porque foi o primeiro escritor a viver do ofício e tinha mulher e filhos para sustentar. Li esta há pouco "Mistérios de Lisboa III", que anda se consegue encontrar nas livrarias, mas não esperem ter a mesma sorte com outros títulos do autor.
Podem até dizer que ele escrevia muito e que era uma "Margarida Rebelo Pinto" dos tempos idos, mas o que é certo é que me consegue prender da primeira à última página. A brincar aos sentimentos, a roçar o rídiculo, a cultivar a sociedade mediocre e fatalista. Eu gosto!
Comecem pelo primeiro e sigam até ao terceiro. Verão que não se arrependem. Apimento-vos:
"- Conta com a lealdade de seu marido... e não pode recear que as estrangeiras infelizes lhe questionem a posse...
A duquesa mordeu o beiço, e murmurou "miserável!". Depois com a mais admirável naturalidade:
- Confessai que sou uma desgraçada tola, em me apaixonar por tal homem!...
O barão não tinha crítica absolutamente alguma. O sorriso da desconhecida parecia-lhe natural. De maus fígados, e crassa ignorância, o titular concebeu desforrar-se apurado com ironias, da sua estofa, o suposto despeito da condessa de Minturnes, rainha de Sabá, viúva de um capitão, ou industrioso demónio que viera perturbar-lhe a pacífica bestialidade.
- A vossa vaidade, madama, deve ter sofrido muito...
- Muito...
- Quando se é gentil, ardente...
- Vive-se no fogo como a salamandra... é uma calamidade!"
E continua. O humor é uma constante. Leiam e comentem.
Andei a ler este livro, terminei-o há 2 dias e tive uma grande desilusão. Bem, é certo que eu já não tinha gostado de "O Diário de Anne Frank", por isso, também não gostei deste. Passei o livro todo a pensar que a jovem era normalíssima apesar de viver no regime de Estaline. As preocupações eram as mesmas de qualquer jovem com a idade dela, aliás até a achei um pouco acriançada dadas as circunstâncias e os seus 18 anos de idade. Enfim, um fiasco! Não consigo gostar mesmo, porque fico sempre à espera de detalhes e pensamentos que eu acharia próprios da época e do contexto e acabo por achar que as jovens sofreram um bocado sim, mas isso não as fez diferentes da grande maioria dos jovens de hoje com a mesma idade, inclusivê esta abusa do egocentrismo e preocupação estética de uma forma quase doentia. Gostaria de ter mais para dizer, mas de facto, o livro não me despertou grande atenção. Na minha opinião: não comprem!
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