Mafra é digníssima de ver-se, de visitar-se por mais de uma vez, pela importante lição de história que ela ministra.
A vila é pequena e pobre. O célebre edifício de D. João V ostenta a sua enorme corpulência quadrada e maciça no meio de uma vasta nudez fria e abatida. Ocupa uma área de 40.000 metros quadrados, tem quatro mil e quinhentas portas e janelas e duas torres de 69 metros de altura. Levou treze anos a fazer. A média dos operários empregados em cada dia na construção da obra monta a vinte mil. Uma só pedra, de que se fez a varanda da sala principal, levou seis dias a chegar de Pêro Pinheiro e foi puxada por 200 bois.
Os paramentos, ainda hoje existentes e bordados a matiz sobre as mais belas sedas da Índia ou das melhores fábricas da Europa, são de tal modo sumptuosos que D. João V dizia haverem-lhe custado mais caro que todo o edifício!
As festas da sagração duraram oito dias. No primeiro dia as solenidades religiosas começaram às 8 horas da manhã e acabaram às 5 da manhã do dia seguinte. Assistiram o rei, a rainha, o príncipe, os infantes, a comitiva real, o patriarca, dois cardeais, quatro bispos com os seus séquitos, os cónegos, trezentos frades, os fidalgos,os regimentos de infantaria e cavalaria. Além de que toda esta gente comeu, o rei mandou dar de jantar a todos os romeiros que se apresentassem, e apresentaram-se nove mil. As cozinhas do convento prepararam os jantares para toda esta multidão.
Ramalho Ortigão - "Farpas"
Conheço muito pouco ou mesmo nada de Mafra. Estive lá uma vez para ir a uma entrevista de trabalho numa escola privada que ficava já nos confins da cidade. Espero que o Leo termine o projecto e tenho que começar a desafiá-lo novamente para estas correrias, senão ainda envelhece antes do tempo. Ai vamos, vamos!
Leitura agradável, mas não brilhante. É um livro que se lê facilmente, apesar de não me ter cativado no início. Para ser sincera só a mais de meio consegui nutrir algum interesse pela história. Até lá, achei o livro banal, expectável e cinematográfico. Considero que não é um livro mau, apenas não é a minha onda. Então, relata a história de uma rapariga amish, que é acusada de matar o seu próprio filho à nascença e da sua advogada cosmopolita e mal resolvida amorosamente. A advogada não acredita na sua inocência, mas resolve ajudá-la a pedido de Leda, sua tia. Depois disso surgem as peripécias. A advogada acaba por acreditar na sua inocência quando ela se considera culpada, entretanto reapaixona-se pelo psicólogo que defende a acusada, que por sua vez era um namorado antigo. A acusada revela, aos poucos, a verdadeira história da noite da morte e enfrenta a dificuldade entre escolher o pai do filho, pertencente ao mundo normal e a sua vida simples de amish. O que lhe aconteceu? É c
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