A minha edição é da Europa América, tem 141 páginas de uma letra imprópria para míopes e uma tradução de Rita Guerra que quase me fez desistir de ler o livro. Alguém se esqueceu de fazer a revisão desta obra, a julgar pelo número de erros grosseiros nela contidos.
Gosto muito dos estilos de qualquer das irmãs Bronte, sobretudo pela ousadia de sublimarem a visão da mulher na época em que viveram.
Este livro conta a história de Agnes Grey, uma jovem que viveu protegida por uma mãe racionalista e um pai sonhador, que ousou sair do ninho protector do seu lar e descobrir a crueldade de uma sociedade que vive de posições sociais, ostentação e conveniências. É um romance com um final feliz, como não poderia deixar de ser, em que a nossa heroína encontra o amor pela inteligência e vive feliz para sempre...
"- Porquê minha querida, pensei que tivesse sofrido o suficiente.
- Eu sei - disse eu - que nem toda a gente é como o Sr. e a Sra. Bloomfield...
- Alguns são piores - interrompeu a minha mãe.
- Mas não muitos, penso eu - respondi - e tenho a certeza que nem todas as crianças são como a deles, pois eu e a Mary não éramos: fazíamos sempre o que nos pedia, não fazíamos?
- Geralmente: mas por outro lado, eu não vos estraguei; e, afinal de contas, vós não éreis nenhuns anjos: a Mary tinha um fundo de obstinação silenciosa e a Agnes era algo falha em termos de temperamento, mas eram muito boas crianças, no geral.
- Eu sei que, por vezes, amuava e teria ficado muito feliz por ver estas crianças amuadas de vez em quando também; pois aí poderia tê-las percebido: mas nunca estavam, pois não era possível ofendê-las, nem magoá-las, nem envergonhá-las: nunca ficavam infelizes de modo nenhum, excepto quando tinham acessos de raiva."
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