É um livro de Julia Alvarez, com tradução de Maria José Santos. Encontrei erros de tradução que me fizeram desgostar do livro em alguns casos.
Este livro tem como personagens principais Salomé e Salomé Camila. Respetivamente, mãe e filha. Num livro que retrata um época em que o homem tem um papel fundamental, Salomé soube revelar-se como protagonista através da força da poesia. Uma personagem tímida, que sofre de problemas respiratórios, mas que se revela através da escrita, que transmite todas as convicções pátrias e de força que só as mulheres conseguem demonstrar. Vive do amor e do sofrimento, mas nunca perde o objetivo de levar a educação ao serviço da evolução da pátria.
Salomé Camila segue as pisadas da mãe. Não escreve, mas ensina. Enevoada numa vida sentimental quase sempre perto de ser, une-as o amor à pátria e a força. Têm também em comum o tom de pele mais escuro, que ofende os intelectuais que a emblezam, sobretudo o seu próprio pai. Homem de amores e filhos que nunca deixou de ser o idealista Papancho. Uma família unida pelo amor ao seu país, pela vontade de o ver livre.
Está longe de ser a leitura da minha vida, mas é um livro agradável, com uma escrita muito feminina, enriquecida pela história de um povo. Recomendo.
«O pai bate com a colher no copo, chamando a atenção da mesa. Está tão bonito e elegante, o cabelo e o bigode com tons de grisalho, ali, à cabeça da mesa. Guarina confessou a Camila que o pai tem um aspeto "muito presidencial".
No silêncio que antecede a entoação de graças de Pancho, o papagaio grita: "Chow time, amigos!"
As crianças riem, mas o rosto de Camila arde de embaraço.»

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