Avançar para o conteúdo principal

Mulheres na feira

As mulheres da Arábia Saudita estão a viver um ano verdadeiramente revolucionário, a nível de literatura. As autoridades decidiram conceder à metade feminina da população um autêntico luxo, permitindo-lhes livre acesso à Feira do Livro de Riade. Tratou-se de um grande avanço em relação aos meios dias concedidos, esporadicamente, em anos anteriores para usufruto exclusivo das mulheres. Esta concessão acontece no mesmo ano em que "Meninas de Riade", um livro escrito pela jovem saudita Rajaa al-Sanie, causou furor, por desvendar as vidas de quatro raparigas de alta sociedade e de abordar temas polémicos como o consumo de alcool e a sexualidade. Naturalmente o livro foi banido no Reino, mas esgotou em todos os países vizinhos, aparentemente comprado por visitantes sauditas.


in Os Meus Livros

Custa-me a acreditar que ainda existam mulheres nestas condições. No meu mundo já há injustiça para com as mulheres, já nos deparamos com os rostos cansados das lágrimas que todas têm de verter porque sempre foi assim. As coisas mudam lentamente como se cada novo "previlégio" custasse o sofrimento de uma geração.

Mas mais difícil ainda é crer que tenhamos entrado em novos milénios com países antigos nos seus costumes. Não compreendo e para mim é uma realidade em que só à custa de muita imaginação consigo imaginar real. Onde ficam os direitos humanos? Como podemos permanecer calados quando tantas atrocidades ainda são cometidas?

Dificilmente viveria sem livros e sem outras "regalias" que me são naturais. Como é que alguém pode achar que faz um favor a estas mulheres por deixá-las ir à Feira do Livro?!!!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Eu Quero Viver - Nina Lugovskaia

Andei a ler este livro, terminei-o há 2 dias e tive uma grande desilusão. Bem, é certo que eu já não tinha gostado de "O Diário de Anne Frank", por isso, também não gostei deste. Passei o livro todo a pensar que a jovem era normalíssima apesar de viver no regime de Estaline. As preocupações eram as mesmas de qualquer jovem com a idade dela, aliás até a achei um pouco acriançada dadas as circunstâncias e os seus 18 anos de idade. Enfim, um fiasco! Não consigo gostar mesmo, porque fico sempre à espera de detalhes e pensamentos que eu acharia próprios da época e do contexto e acabo por achar que as jovens sofreram um bocado sim, mas isso não as fez diferentes da grande maioria dos jovens de hoje com a mesma idade, inclusivê esta abusa do egocentrismo e preocupação estética de uma forma quase doentia. Gostaria de ter mais para dizer, mas de facto, o livro não me despertou grande atenção. Na minha opinião: não comprem!

O tamanho

Sempre fui baixinha, o que se nota mais porque os meus namorados sempre foram altos e pelo meu tremendo complexo de inferioridade. lol O certo é que os outros acabam por achar graça e serve muitas vezes para brincadeira. As pessoas não sabem, mas também não dá jeito nenhum, especialmente porque muitas vezes não consigo ver o que me querem mostrar... a não ser que me dêm colinho! lol O que acaba por não ser uma má opção... no entanto, não há que enganar, tenho 1,60 m bem concentradinhos, cheios de personalidade... o que também causa o efeito surpresa! E depois tenho sempre a safa: "És grande, mas não és grande coisa!". Por via das dúvidas, a próxima vez que for ver um espectáculo dos meus alunos, acho melhor usar o modelito da imagem... sempre vejo qualquer coisita!

D. Sebastião e o vidente, de Deana Barroqueiro

É um calhamaço!! Conta com 629 páginas, rebuscadas, com um vocabulário erudito, muitas personagens, mas ... fascinante! Este livro, obviamente, relata a história de vida de D. Sebastião com todos os pormenores, desde a mãe que o deixou, à sua deformidade física, ao seu caráter, bravura... Assim, este pequeno rei, em tamanho e em idade, demonstrou a sua infantilidade nos rasgos de bravura. Inocente, sonhava com a guerra, mas soube antever os interesseiros que lhe apareceram pelo caminho. Existe também Miguel, um menino que nasceu no mesmo dia que ele e que o acompanha ao longo da história, mas que acaba por nunca conseguir aproximar-se o suficiente. É ele o vidente do título, mas a sua personagem acaba por não ser muito "útil", uma vez que é incapaz de mudar o rumo dos acontecimentos, limita-se a admirá-lo ao ponto de o acompanhar à morte. Quem não conhece D. Sebastião, o desejado, aquele que desapareceu em Alcácer Quibir e que regressará envolto no nevoeiro. Cá te es...