Lbert Von Brun nasceu em 1954, na Suiça. Contudo, é a este homem que se deve uma sentida homenagem a algumas das páginas esquecidas da nossa literatura. O título é "Carris de Papel" e o subtítulo desvenda a proposta: "O Caminho-de-Ferro na Literatura Portuguesa".
O livro - lançado pela Caminho - está organizado em três partes: Poesia; Contos e Romances e Cartas, Memórias, Depoimentos. A introdução inicia-se com algumas frases de Italo Calvino e bastam essas frases como nos explica o autor, para "entrarmos no tempo dos comboios, um tempo diferente do nosso, cheio de aventuras e de grandes expressos, de noites cortadas pelo silvo das locomotivas".
Tomando como ponto de partida a presença deste inigualável meio de transporte, Von Brunn (que lançou em 2003 "Trilhos na Cabeça - Uma Antologia do Comboio na Literatura Brasileira") devolve ao nosso convívio algumas páginas esquecidas da nossa memória literária.É agradável reconhecermos face aos poemas de Herculano, Guerra Junqueiro ou Natália Correia um conto como"O Comboio das Vinte e Duas", magistral peça de um persistente neo-realismo, contido no eterno "Os Putos", obra ímpar de Altino do Tojal.
Um livro que encontrará leitores com diversas motivações, idealizado segundo uma certa imagem da literatura. Von Brunn, hoje Administrador do acervo português e brasileiro da Biblioteca Central de Zurique revela-se um apixonado pela cultura portuguesa, dando corpo a um projecto bem distinto da verocidade que, por vezes, norteia a elaboração de antologias ao sabor das necessidades editoriais - conjunturas de mercado ou tentação de cumprir calendários estabelecidos por acontecimentos mediatizados. Um livro que é, também ele, uma metáfora do labor, entrega e paixão que implicam o ofício da escrita e o seu subsequente estudo.
Atente-se nas palavras de Francisco José Viegas, no texto "O Sud-Express", publicado em 1988 e aqui recuperado:"O comboio, desde o seu início, foi um pretexto para o melodrama que continua de geração para geração, como uma chamada aos laços arcaicos com certas fixações humanas. Mudar de lugar, vestigios de uma transumância, prevalece como um reflexo de antigos costumes tribais".
In Os Meus Livros
Leitura agradável, mas não brilhante. É um livro que se lê facilmente, apesar de não me ter cativado no início. Para ser sincera só a mais de meio consegui nutrir algum interesse pela história. Até lá, achei o livro banal, expectável e cinematográfico. Considero que não é um livro mau, apenas não é a minha onda. Então, relata a história de uma rapariga amish, que é acusada de matar o seu próprio filho à nascença e da sua advogada cosmopolita e mal resolvida amorosamente. A advogada não acredita na sua inocência, mas resolve ajudá-la a pedido de Leda, sua tia. Depois disso surgem as peripécias. A advogada acaba por acreditar na sua inocência quando ela se considera culpada, entretanto reapaixona-se pelo psicólogo que defende a acusada, que por sua vez era um namorado antigo. A acusada revela, aos poucos, a verdadeira história da noite da morte e enfrenta a dificuldade entre escolher o pai do filho, pertencente ao mundo normal e a sua vida simples de amish. O que lhe aconteceu? É c
Comentários