Avançar para o conteúdo principal

Trazei as crianças que eu já lhes digo (parte 6)


Se o pai ou a mãe casarem outra vez, as crianças poderão alegremente voltar à vida familiar - mas terão forçosamente de aceitar a nova esposa do pai como única e verdadeira mãe ou, no caso de ser a mãe a casar primeiro, o novo esposo da mãe como o único e verdadeiro pai. A mãe antiga e o pai antigo serão simplesmente proscritos, não se permitindo sequer considerar aleivosias como o conceito de pai "biológico". E quanto a acumular avós, sogros, noras, genros e outras paelopreciosidades, nem pensar. Sim, porque a vida só por si já não é nenhum piquenique, para não termos também de tentar estender a manta sobre esse gigantesco ninho de vespas.

Quando chegar o tempo dos pais destes, por sua vez, se separarem, a criançada volta toda, sem excepção - irmamente - para o orfanato. Não há cá filhos do primeiro, segundo, terceiro ou nenhum casamento: são todos irmãos e orfãos infelizes até ao próximo casamento.


Miguel Esteves Cardoso in Única


Ai Jesus! Andava para aí muito infeliz!!! Mas o melhor é que o Sócrates não oiça, não vá ele por-se com ideias!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Eu Quero Viver - Nina Lugovskaia

Andei a ler este livro, terminei-o há 2 dias e tive uma grande desilusão. Bem, é certo que eu já não tinha gostado de "O Diário de Anne Frank", por isso, também não gostei deste. Passei o livro todo a pensar que a jovem era normalíssima apesar de viver no regime de Estaline. As preocupações eram as mesmas de qualquer jovem com a idade dela, aliás até a achei um pouco acriançada dadas as circunstâncias e os seus 18 anos de idade. Enfim, um fiasco! Não consigo gostar mesmo, porque fico sempre à espera de detalhes e pensamentos que eu acharia próprios da época e do contexto e acabo por achar que as jovens sofreram um bocado sim, mas isso não as fez diferentes da grande maioria dos jovens de hoje com a mesma idade, inclusivê esta abusa do egocentrismo e preocupação estética de uma forma quase doentia. Gostaria de ter mais para dizer, mas de facto, o livro não me despertou grande atenção. Na minha opinião: não comprem!

O tamanho

Sempre fui baixinha, o que se nota mais porque os meus namorados sempre foram altos e pelo meu tremendo complexo de inferioridade. lol O certo é que os outros acabam por achar graça e serve muitas vezes para brincadeira. As pessoas não sabem, mas também não dá jeito nenhum, especialmente porque muitas vezes não consigo ver o que me querem mostrar... a não ser que me dêm colinho! lol O que acaba por não ser uma má opção... no entanto, não há que enganar, tenho 1,60 m bem concentradinhos, cheios de personalidade... o que também causa o efeito surpresa! E depois tenho sempre a safa: "És grande, mas não és grande coisa!". Por via das dúvidas, a próxima vez que for ver um espectáculo dos meus alunos, acho melhor usar o modelito da imagem... sempre vejo qualquer coisita!

D. Sebastião e o vidente, de Deana Barroqueiro

É um calhamaço!! Conta com 629 páginas, rebuscadas, com um vocabulário erudito, muitas personagens, mas ... fascinante! Este livro, obviamente, relata a história de vida de D. Sebastião com todos os pormenores, desde a mãe que o deixou, à sua deformidade física, ao seu caráter, bravura... Assim, este pequeno rei, em tamanho e em idade, demonstrou a sua infantilidade nos rasgos de bravura. Inocente, sonhava com a guerra, mas soube antever os interesseiros que lhe apareceram pelo caminho. Existe também Miguel, um menino que nasceu no mesmo dia que ele e que o acompanha ao longo da história, mas que acaba por nunca conseguir aproximar-se o suficiente. É ele o vidente do título, mas a sua personagem acaba por não ser muito "útil", uma vez que é incapaz de mudar o rumo dos acontecimentos, limita-se a admirá-lo ao ponto de o acompanhar à morte. Quem não conhece D. Sebastião, o desejado, aquele que desapareceu em Alcácer Quibir e que regressará envolto no nevoeiro. Cá te es...