
Por onde passava, o Victor era sempre o elo mais fraco da cadeia. Como era o mais novo e com menos experiência, era quem recebia menos e trabalhava mais. "A minha mãe bem me dizia para eu negociar o salário antes de começar um novo emprego. Mas eu limitava-me a esperar o fim do mês para receber algum dinheiro". Chegou a ser despedido depois de se magoar em trabalho, o que o obrigou a ficar em casa, de baixa, durante uma semana. "Não me queriam parado. Puseram-me na rua".
Ironicamente, foi durante o primeiro emprego que recebeu o salário mais chorudo: cerca de 400 euros numa empresa de bombas hidráulicas, em Ribeirão, perto de Guimarães. "Depois foi sempre a descer", recorda o rapaz de 17 anos que sustentava a casa, a meias com a mãe, uma empregada de limpeza. Nem sempre os 500 euros mensais que ela auferia eram suficientes para sustentar os 4 filhos. "Eu entregava-lhe todo o dinheiro que ganhava", revela. "Mesmo que fossem só 100 euros", acrescenta.
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