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Constantino - Alves Redol



Alves Redol cheira-me a Tejo, a lezíria, a touros bravos e tradição.Cheira-me a casa, traz-me a saudade do campo batido e sofrido dos grandes senhores. Alves Redol traz-me o meu Ribatejo!


Conheci este escritor por prática de leitura já muito tardiamente, mas não mais o esqueci. É a minha casa que vejo descrita, as histórias que o meu avô recordava que vejo retratadas.

Li "Constantino", um pequeno livro que retrata a infância antiga ribateja, com o gosto pelos toiros, pela vida solta do campo, mas com obrigações reais, com os meninos homens que não choram. Contantino é fruto da época. Menino travesso que ajuda na lida do campo, vive com os pais e uma avó que o ajuda a criar, mas que lhe incute muita responsabilidade. Recorda-nos as travessuras, os sonhos de descer o Tejo, as cosuvilheiras que lavavam a roupa no rio, a vergonha de não passar o exame da terceira classe...

"É uma sonho vivo e maravilhoso!
- Vamos armar aos pássaros? - pergunta-lhe o Manuel Coelho, que não gosta de ser tratado pelo apelido. (Aquilo cheira-lhe a alcunha, e o Manel vai às do cabo com o apelido da família - preferia ser Leão ou Lobo, ou outro animal qualquer que metesse medo. Coelho parece-lhe coisa de somenos, animal de capoeira ou bicho sujeito a chumbo decaçador.)"

Constantino, Alves Redol, Europa-America






Comentários


Gostaria muito de adquirir a edição deste livro que tem fotografias. Penso que é apenas a primeira edição (de 1962); as seguintes já não têm fotografias. Alguem sabe onde posso compra-lo?

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