
Delminda, era escrava bonita que por isso penou, violada e obrigada a usar máscar para esconder a sua beleza que ameaçava as nobres brancas. Sem direitos, sem previlégios, escravizou a alma aos caprichos de homens e mulheres inseguros e sem valores morais, éticos e afins. Uma outra visão da beleza, uma desvantagem... nos nossos dias a beleza é um previlégio e os punhos continuam a ser uma arma poderosa. Continuamos a não conseguir perceber que a verdadeira força está na inteligência e continua a ser difícil contrariar uma tendência que domina uma sociedade de consumismo rápido. As mulheres continuam a ser invejosas umas com as outras e os homens continuam a gostar de ter um capricho.
Não sendo uma mulher vistosa, sempre tive uma personalidade forte e à falta de extravagante beleza sempre consegui os meus objectivos de forma discreta. Não compreendo que a escravidão passe por me render aos desejos arbitrários de uma noite agitada entre os lençois, continuo a não me satisfazer com o momento fugaz de corpos em fúria e suores lambidos pela loucura de um momentos. No entanto vacilo perante claras evidências de exigências ministeriais de beleza necessária e de um mundo que apesar de evoluído se continua a manter estanque na formação de consciências e continuo a desprezar-me sempre que não conseguem ver em mim além do que o meu corpo mostra.
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