
Todos os dias sinto na pele a dor de estar longe, aprendi a viver com ela desde muito cedo... sempre estive longe de alguém... sempre a tive a dor de não ter. Quando chego quero ir, quando vou, vou porque tem de ser. Todos os anos as mesmas transformações, as mesmas jogadas gastas de conhecer o novo já velho... mas os meus meninos são as minhas flores, tímidas, pequeninas e crescem ao longo do ano... fico a conhecer cada um comigo mesma e depois... depois tenho de as deixar florir e cair em novos ramos que não serão os meus. Todos os anos juro voltar... este ano não quero prometer e peço-lhe que sejam as minhas pequenas flores a seguir os meus ramos, porque a minha árvore tem raízes fortes que se enraizam e vão onde querem descomandadas pelas leis da vida!
Triste, sempre com a minha dor, diferente da que sinto em cada final de ano, mas sempre perda de raíz, cansada e desolada pelas leis que não comando e que me dirigem sempre, em cada ano, em cada perda, grande ou pequena, em cada reviravolta... mas as minhas flores jámais perderei, porque os meus ramos floreiam todos os anos.
Comentários