Avançar para o conteúdo principal

O início...


Quando entrei para a faculdade ainda perseguia sonhos, entrei num curso via ensino porque era o que queria fazer e não porque não tinha mais alternativas, entrei para o curso que escolhi e decidi.

Ainda hoje não me arrependo do que fiz, mas verifiquei que há muita coisa podre, começando na faculdade... Quando saí da faculdade vinha cheia de iniciativa e vontade, que vai morrendo a cada ano que passa pela imensa burocracia que é necessária ao ensino. Há bem pouco tempo para aquilo que realmente importa que é a preparação do tempo em sala de aula.

Mas não é por aí que quero ir...a verdade é que a faculdade só nos dá meia formação, mas nos professores do ensino superior ninguém toca, porque será?

Durante os meus árduos 5 anos de universidade onde me fizeram queimar pestanas em coisas de que nunca necessitei para a minha profissão esqueceram-se das cadeiras de trabalho com novas tecnologias, da psicologia da educação (no verdadeiro acesso da disciplina, o que tive foi uma espécie de... que de nada me serviu), da iniciação à burocracia, do ensino especial (porque a nossa escola tem uma inclusão burocrática) e sobretudo da estatistica. Ironia à parte, o ano de estágio profissionalizante foi a única mais valia daquilo tudo, mesmo quando dormir mais de 3 horas me parecia a entrada para o paraíso...mas também ninguém me disse que ia ser quase sempre assim!! Resumindo, foi quase como tirar a carta, sabes muitos sinais que nunca vais ver, mas está lá qualquer coisa que ter permite andar para a frente. E foi assim que me licenciei num curso de ensino de 3º ciclo e secundário! Naquele dia achava que era fantástico, hoje..... tenho menos sonhos, mas quero que os meus alunos sonhem.... e o resto, o resto depois conto!

Comentários

Anónimo disse…
Tens razão porque nos professores universitáros ninguém toca? porque eles não estão sujeitos a avaliação?
Tirei uma licenciatura em GESTÃO e 50 % das unidades curriculares não me serviram de nada só serviam para o professor universitário dar aulas, arrependo de quando ter acbo o 12 ano não ter vindo logo para Inglaterra onde estou agora .
Mafaldinha

Mensagens populares deste blogue

Uma verdade simples, de Jodi Picoult

Leitura agradável, mas não brilhante. É um livro que se lê facilmente, apesar de não me ter cativado no início. Para ser sincera só a mais de meio consegui nutrir algum interesse pela história. Até lá, achei o livro banal, expectável e cinematográfico. Considero que não é um livro mau, apenas não é a minha onda.  Então, relata a história de uma rapariga amish, que é acusada de matar o seu próprio filho à nascença e da sua advogada cosmopolita e mal resolvida amorosamente. A advogada não acredita na sua inocência, mas resolve ajudá-la a pedido de Leda, sua tia. Depois disso surgem as peripécias. A advogada acaba por acreditar na sua inocência quando ela se considera culpada, entretanto reapaixona-se pelo psicólogo que defende a acusada, que por sua vez era um namorado antigo. A acusada revela, aos poucos, a verdadeira história da noite da morte e enfrenta a dificuldade entre escolher o pai do filho, pertencente ao mundo normal e a sua vida simples de amish. O que lhe aconteceu? É c

Se isto é um Homem, Primo Levi

Já andava na minha prateleira há algum tempo, mas eu não me decidia. O tema agradava-me, mas tinha medo de me dececionar. Temia que fosse demasiado filosófico... Comecei e já não parei. Não é uma leitura simples, mas também não é um quebra-cabeças.  Primo Levi, judeu italiano, apanhado pela máquina nazi, foi capturado em Auschwitz. Este o nome que ninguém deveria esquecer, para que nunca nos esqueçamos que o ser humano consegue ser animalesco pela sobrevivência e pelo poder da crueldade. Convenhamos que, ninguém, com um mínimo de valores, conseguirá tratar desta forma outro ser humano diariamente, durante anos. Primo Levi, que viria a falecer em consequência de uma queda na escada do prédio onde vivia, sobreviveu ao campo de concentração. Sobreviveu porque no meio do azar, teve sorte. Sorte por ter apanhado escarlatina e não ter sido encaminhado para a caminhada da morte , sorte por ter conhecimentos de química e ter conseguido manter-se quente no laboratório para onde foi destinado

D. Sebastião e o vidente, de Deana Barroqueiro

É um calhamaço!! Conta com 629 páginas, rebuscadas, com um vocabulário erudito, muitas personagens, mas ... fascinante! Este livro, obviamente, relata a história de vida de D. Sebastião com todos os pormenores, desde a mãe que o deixou, à sua deformidade física, ao seu caráter, bravura... Assim, este pequeno rei, em tamanho e em idade, demonstrou a sua infantilidade nos rasgos de bravura. Inocente, sonhava com a guerra, mas soube antever os interesseiros que lhe apareceram pelo caminho. Existe também Miguel, um menino que nasceu no mesmo dia que ele e que o acompanha ao longo da história, mas que acaba por nunca conseguir aproximar-se o suficiente. É ele o vidente do título, mas a sua personagem acaba por não ser muito "útil", uma vez que é incapaz de mudar o rumo dos acontecimentos, limita-se a admirá-lo ao ponto de o acompanhar à morte. Quem não conhece D. Sebastião, o desejado, aquele que desapareceu em Alcácer Quibir e que regressará envolto no nevoeiro. Cá te es