Avançar para o conteúdo principal

Porque não entendo como estou


Perdi peso de forma involuntária...algo com que sempre sonhei. Mas perdi cérebro, perco um pouco todos os dias. Sinto que este sistema de ensino não beneficia nada a não ser a estatística...desde um sistema de inclusão ineficaz, desde o tempo que sinto que desperdicei a armar-me de conhecimentos científicos...nada me serve quando entro na fábrica de formação de iletrados. Porque os pais querem, o Sócrates quer e todos acham que é para isso que nos pagam...senão a avaliação, os objectivos...o meu futuro aterroriza-me. Está na mão destas crianças iletradas e convencidas que sabem o mundo...não sabem e não querem saber. Sabem de cor o facebook, mas não sabem utilizar o word, sabem de cor as formas de passar de ano sem fazer nada e convencendo os pais de que o Estado é responsável por tudo....estou triste. Sinto que "emburreço" um bocadinho todos os dias e me tornei uma máquina burocrática. Não durmo descansada porque tenho sempre trabalho por fazer, não tenho tempo para preparar aulas, estou na escola de manhã, à tarde e à noite e farta de ouvir pais a dizerem que não faço nada, a criticarem a escassa vida social a que me permito.

Fico sem cérebro, sirvo-o todos os dias numa refeição farta de morbidez e esconderijos frustrados de preocupação. Se gosto da minha profissão? Gosto, mas não assim. Sinto-me tão útil como quando trabalhava na linha de montagem que é um call center. Sinto-me ineficaz e irrita-me quem convive perfeitamente com esse sistema. Queres? Serve-te que não lhe posso dar o uso devido.

Comentários

redonda disse…
Pode ser que venham alterações para melhor. Pelo menos, espero que sim.

Mensagens populares deste blogue

Eu Quero Viver - Nina Lugovskaia

Andei a ler este livro, terminei-o há 2 dias e tive uma grande desilusão. Bem, é certo que eu já não tinha gostado de "O Diário de Anne Frank", por isso, também não gostei deste. Passei o livro todo a pensar que a jovem era normalíssima apesar de viver no regime de Estaline. As preocupações eram as mesmas de qualquer jovem com a idade dela, aliás até a achei um pouco acriançada dadas as circunstâncias e os seus 18 anos de idade. Enfim, um fiasco! Não consigo gostar mesmo, porque fico sempre à espera de detalhes e pensamentos que eu acharia próprios da época e do contexto e acabo por achar que as jovens sofreram um bocado sim, mas isso não as fez diferentes da grande maioria dos jovens de hoje com a mesma idade, inclusivê esta abusa do egocentrismo e preocupação estética de uma forma quase doentia. Gostaria de ter mais para dizer, mas de facto, o livro não me despertou grande atenção. Na minha opinião: não comprem!

O tamanho

Sempre fui baixinha, o que se nota mais porque os meus namorados sempre foram altos e pelo meu tremendo complexo de inferioridade. lol O certo é que os outros acabam por achar graça e serve muitas vezes para brincadeira. As pessoas não sabem, mas também não dá jeito nenhum, especialmente porque muitas vezes não consigo ver o que me querem mostrar... a não ser que me dêm colinho! lol O que acaba por não ser uma má opção... no entanto, não há que enganar, tenho 1,60 m bem concentradinhos, cheios de personalidade... o que também causa o efeito surpresa! E depois tenho sempre a safa: "És grande, mas não és grande coisa!". Por via das dúvidas, a próxima vez que for ver um espectáculo dos meus alunos, acho melhor usar o modelito da imagem... sempre vejo qualquer coisita!

D. Sebastião e o vidente, de Deana Barroqueiro

É um calhamaço!! Conta com 629 páginas, rebuscadas, com um vocabulário erudito, muitas personagens, mas ... fascinante! Este livro, obviamente, relata a história de vida de D. Sebastião com todos os pormenores, desde a mãe que o deixou, à sua deformidade física, ao seu caráter, bravura... Assim, este pequeno rei, em tamanho e em idade, demonstrou a sua infantilidade nos rasgos de bravura. Inocente, sonhava com a guerra, mas soube antever os interesseiros que lhe apareceram pelo caminho. Existe também Miguel, um menino que nasceu no mesmo dia que ele e que o acompanha ao longo da história, mas que acaba por nunca conseguir aproximar-se o suficiente. É ele o vidente do título, mas a sua personagem acaba por não ser muito "útil", uma vez que é incapaz de mudar o rumo dos acontecimentos, limita-se a admirá-lo ao ponto de o acompanhar à morte. Quem não conhece D. Sebastião, o desejado, aquele que desapareceu em Alcácer Quibir e que regressará envolto no nevoeiro. Cá te es...