Às vezes penso que cumpri muito pouco do que sonhei. Fui engolida pelo mundo! Sinto que o momento que me contenta são aqueles em reconheço o cheiro, os sorrisos, os olhares, os descubro na imensidão do que fui e sonhei. Sinto-me triste porque estar deste lado é ingrato, tão ingrato como não ter tempo para vocês porque alguém acha que só nos relatórios, nas atas, nos PITs, PIs, atividades...só no papel é que vocês se materializam para nós. Não é verdade! É naquele momento em que pensam que não vos vigiam que vos admiro pelos vossos sonhos, pelo que são, pelos erros que ainda não cometeram, pela solidão que ainda não encontraram e vocês não sabem... que é aí que respiro e penso que tenho razão, que o meu mundo vos pertence, que sonhei para sempre, que é dos vossos sonhos que me alimento, que sobrevivo aos não gostos e às secas são tão partilhadas e tão vazias de vós.
Um dia sonhei, ainda sonho, sabiam? Teimo em não ceder à violência de não resistir, teimo em não ser vencida pelo cansaço, por vocês, sempre por vocês. E não refilo, fico na fila, espero ter razão, espero que um dia me olhem, tal como vocês! Sem medo do mundo, sem medo que me tirem os sonhos! E tanto que sonhei!
Sempre quis encontrar um lugar a que chamar casa, dividida pelos erros que nunca foram meus, perdi-me no mundo à procura do que nunca encontrei. Sei onde tenho a minha casa, convosco estou em casa, ali sei onde pertenço, ali não quero correr, fugir, esconder-me, pedir que me vejam invisível, ali sou eu, e diabos levem isto, ali sei que sou boa e não tenho medo, não tenho medo do erro, do julgamento, da força do mundo que partiu dos meus sonhos! Um dia sonhei, concretizei e quis muito mais...à minha maneira!
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