"Inês de Portugal", de João de Aguiar é a minha recente leitura. Já tinha visto o filme e, de facto, não precisava de ter lido o livro, pois o filme é fidelíssimo ao que é narrado na obra.
Trata-.se de uma perspetiva diferente acerca dos amores de D. Pedro e Inês, pois o livro começa depois da morte desta última. Aqui conhecemos um rei possesso e torturado pelo amor que não concretizou e que desenvolve uma estranha obsessão por fazer justiça, precisamente por se achar vítima de falta dela.
D. Inês é também abordada de uma forma mais racional do que o que estamos habituados nas leituras sobre o assunto, em que toda a ambição social pertence a seus irmãos. Desta feita, ela é também tentada na cobiça.
É um livro acessível aos mais jovens, sem demasiados pormenores e com polémica suficiente para se tornar interessante. Contudo, é necessário possuir alguns conhecimentos históricos para percebê-lo na totalidade. O autor colocou, anda, no final do livro algumas informações pertinentes para a compreensão do conteúdo.
"Pedro apoiou as duas mãos sobre o tampo da mesa, curvado um pouco para a frente, como se lhe faltassem as forças. A ânsia que sente - de ver aqueles dois, de os ouvir, de os sentir plenamente em seu poder - a ânsia é tão forte que o queima por dentro e rouba-lhe a energia física. Tanto tempo à espera, tanto tempo que esperámos, eu e tu, Inês, para que a nossa vida começasse enfim a cumprir-se. Mas ela começa agora, verás. É uma jura que te faço."
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