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Escrevo...



com o olhar ardente de quem foge do mundo. Às vezes canso-me, frustrei as tentativas do desconhecido, sinto-me capaz de viver o resto da vida a esquecer-me de quem sou, de onde venho... escrevo. Quero libertar-me e prender-me dentro de mim mesma. Vês? Quantas vezes? Quantas personalidades? Serei eu alma de pessoa heterónima de esquizofrenia portuguesa.
Ouve...tanto para calar! Tanto para temer! Temo? Às vezes...escrevo, defino-me, redefino-me, perdoo-me, melhoro, erro, Sísifo... pedra rolante, pedra constante disposta a disparar, separar, amedrontar, esmigalhar...escrevo! Sem folhas, sem lágrimas, já sem sentir, sem exageros e sou Reis. Não sou, escrevo...furiosamente, imperdoavelmente como se as palavras fossem lâminas, lágrimas, labirintos, lava, larva...lá...escrevo! Quero ir-me embora!



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