Avançar para o conteúdo principal

A persistência da memória, Daniel de Oliveira

Olá, olá...

há muito que não atualizo as minhas leituras. Já li alguns livros, mas que , entretanto, com o dia a dia me fui esquecendo de colocar aqui.
Este título foi a minha última leitura e não gostei. Não gostei, não porque o livro fosse mau, mas porque não me agrada este género. Já li outros do mesmo autor de que gostei.
Então, este livro tem uma protagonista feminina, Camila, que não consegue esquecer, não consegue mesmo. A sua memória retém tudo e todos, sempre, então, abandonada pelo seu companheiro, é adorada pelos amantes, que nunca a satisfazem de forma duradoura. É apresentadora de televisão, é famosa, é bonita, mas não é feliz. É claro que no meio disto tudo, o sexo, que surge como um escape, uma fonte de prazer e de fuga, é presença assídua no romance, bem como descrições minuciosas das cenas.
Gostaria que tivesse sido melhor explorada a relação controversa com a mãe e a derradeira despedida do pai, do que propriamente aquilo que, a mim, me parece a exploração de incómodos triviais, sem uma finalidade específica.

" - Como assim?
- Não há vida sem memória, mas nós somos o que esquecemos na medida em que, se nos lembrássemos de tudo, como acontece consigo, odiaríamos agora, com a mesma intensidade, quem nos fez mal há vinte anos. E teríamos, como também acho que a Camila tem, uma tremenda capacidade de desamar.
- De desamar?"



Comentários

Mensagens populares deste blogue

Uma verdade simples, de Jodi Picoult

Leitura agradável, mas não brilhante. É um livro que se lê facilmente, apesar de não me ter cativado no início. Para ser sincera só a mais de meio consegui nutrir algum interesse pela história. Até lá, achei o livro banal, expectável e cinematográfico. Considero que não é um livro mau, apenas não é a minha onda.  Então, relata a história de uma rapariga amish, que é acusada de matar o seu próprio filho à nascença e da sua advogada cosmopolita e mal resolvida amorosamente. A advogada não acredita na sua inocência, mas resolve ajudá-la a pedido de Leda, sua tia. Depois disso surgem as peripécias. A advogada acaba por acreditar na sua inocência quando ela se considera culpada, entretanto reapaixona-se pelo psicólogo que defende a acusada, que por sua vez era um namorado antigo. A acusada revela, aos poucos, a verdadeira história da noite da morte e enfrenta a dificuldade entre escolher o pai do filho, pertencente ao mundo normal e a sua vida simples de amish. O que lhe aconteceu? É c

Se isto é um Homem, Primo Levi

Já andava na minha prateleira há algum tempo, mas eu não me decidia. O tema agradava-me, mas tinha medo de me dececionar. Temia que fosse demasiado filosófico... Comecei e já não parei. Não é uma leitura simples, mas também não é um quebra-cabeças.  Primo Levi, judeu italiano, apanhado pela máquina nazi, foi capturado em Auschwitz. Este o nome que ninguém deveria esquecer, para que nunca nos esqueçamos que o ser humano consegue ser animalesco pela sobrevivência e pelo poder da crueldade. Convenhamos que, ninguém, com um mínimo de valores, conseguirá tratar desta forma outro ser humano diariamente, durante anos. Primo Levi, que viria a falecer em consequência de uma queda na escada do prédio onde vivia, sobreviveu ao campo de concentração. Sobreviveu porque no meio do azar, teve sorte. Sorte por ter apanhado escarlatina e não ter sido encaminhado para a caminhada da morte , sorte por ter conhecimentos de química e ter conseguido manter-se quente no laboratório para onde foi destinado

D. Sebastião e o vidente, de Deana Barroqueiro

É um calhamaço!! Conta com 629 páginas, rebuscadas, com um vocabulário erudito, muitas personagens, mas ... fascinante! Este livro, obviamente, relata a história de vida de D. Sebastião com todos os pormenores, desde a mãe que o deixou, à sua deformidade física, ao seu caráter, bravura... Assim, este pequeno rei, em tamanho e em idade, demonstrou a sua infantilidade nos rasgos de bravura. Inocente, sonhava com a guerra, mas soube antever os interesseiros que lhe apareceram pelo caminho. Existe também Miguel, um menino que nasceu no mesmo dia que ele e que o acompanha ao longo da história, mas que acaba por nunca conseguir aproximar-se o suficiente. É ele o vidente do título, mas a sua personagem acaba por não ser muito "útil", uma vez que é incapaz de mudar o rumo dos acontecimentos, limita-se a admirá-lo ao ponto de o acompanhar à morte. Quem não conhece D. Sebastião, o desejado, aquele que desapareceu em Alcácer Quibir e que regressará envolto no nevoeiro. Cá te es