Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

Loanda - Escravas, Donas e Senhoras, de Isabel Valadão

Olá, mais uma leitura terminada! Loanda ... não conhecia a autora, não vi reviews, nem li sinopses... nada. Em branco. Adivinhava que retratasse a época do esclavagismo. Não me enganei. Num ambiente tipicamente masculino sobressaem duas mulheres, Maria Ortega e Anna de São Miguel, que mais tarde se tornarão Maria e Anna e Ana Maria. Vou explicar. A narrativa começa com Maria Ortega, escrava alforriada, degredada. Sedutora, Maria Ortega vale-se do Diabo para se valer melhor e o Diabo convence-a e modera-a num mundo em que a religião censura e pune sem clemência. Anna de São Miguel, menina mimada, criada pelo pai para ser fidalga. Ousada, atrevida numa sociedade que a remete para um papel muito concreto. Esta narrativa introduz-se como biografia. Ambas narram, até que as suas histórias se confundem e se cruzam pelo amor e pela audácia de saber amar, de saber fazê-lo pelo prazer. Descobrem-se no mesmo mundo cumprindo a sua missão sem saberem do seu destino. Desafiam regras, m...

E dizer-te uma estupidez qualquer, por exemplo, amo-te

Olá, li este título porque tenho, por vezes, alguma dificuldade em sugerir leituras aos meus alunos mais novos. O autor deste livro é espanhol, Martín Casariego, Córdoba, tem vários títulos juvenis editados, mas penso que apenas este está traduzido em português. A tradutora foi Maria do Carmo Abreu e a editora é a Publicações Dom Quixote. É sugerido "a partir dos 13 anos". Apesar de retratar a adolescência dos anos 90, houve necessidade de adaptar o livro à realidade portuguesa e à realidade dos nossos adolescentes. Neste processo houve algumas falhas, a maior é que o livro termina com a indicação do lugar "Madrid". Ora se o livro se passa em Portugal porque aparece a referência a Espanha?! Contudo, o livro lê-se bem e rapidamente. O narrador é um adolescente que se apaixona perdidamente pela nova colega de escola, que foi expulsa da escola anterior por ter tentado roubar os testes. O livro decorre durante um ano letivo, sendo que os referidos vão-se envolven...

O ano da morte de Ricardo Reis, José Saramago

Olá, já é sobejamente conhecida a minha antipatia pelo nosso Nobel da literatura. Juro ao mundo que tenho tentado, já li 4 livros do autor, comprei 2 (por obrigação). Os meus colegas (malta das letras) diz maravilhas do senhor, que, por acaso, é meu vizinho por nascimento, mas... à exceção do Memorial do Convento, nada me agrada. O referente ao título nem se fala... é que aquilo nunca mais acabava... Consigo perceber a história do existencialismo, da contextualização histórica, da crítica aos costumes... bla, bla, bla. O livro tem 600 páginas, por amor da santa!!!!! O Ricardo Reis é uma seca, o fantasma do Pessoa até tem piada, as referências aos heterónimos, a Lisboa, à nossa História, mas caramba!!! Dava para fazer em 200. Questão: é obra obrigatória no 12.º ano, como é que os adolescentes vão ler aquilo, se não liam Os Maias?!?!?!?! Será que eles têm maturidade e conhecimentos culturais que os capacitem a perceber a obra? Não!!!!!!!! Quem escolheu este livro não anda nas no...

Abandonada, Anya Peters

Outra leitura realizada. Esta mais ao meu gosto, histórias verídicas. Violento, brutal, angustiante. Este livro é autobiográfico e só por isso arrepia. A que ponto vai a maldade humana? A que ponto o que vivemos se reflete ao longo do nosso destino? Anya, criança, infeliz, mal-amada, sacrificada, corajosa. Não sei porque ordem ordenar as palavras e qual delas a mais importante no seu percurso. Anya foi uma criança nada desejada, que descobriu o amor nas migalhas do caminho. Rodeada de adultos egoístas, cresceu no terror de perder o amor de uma mãe que não era a sua, na violência de um "tio" manipulador e animalesco, na profundeza pouco clara de ser odiada pelos seus "irmãos".  O relato das atrocidades que sofreu são de arrepiar e despertaram em mim o meu lado assassino de justiça popular. Anya, que escolhe sempre os mesmos caminhos por falta de opção, de pertença, de amor... de ter sido sempre o sinónimo egoísta do ato de benevolência de alguém. Terias sido...

A mulher má, de Marc Pastor

Olá, já aqui disse várias vezes que não tenho "queda" para policiais, mas é um género literário que gostaria de apreciar, uma vez que até gosto de séries com esta temática. Vou insistindo... Deste título, apesar do autor me ser completamente desconhecido, gostei. É baseada em factos reais e o narrador é a Morte. Esta morte e bem humorada narra a história com ironia e "honestidade", descrevendo-nos a vida de Enriqueta Marti, mulher má, que come crianças, fazendo-as desaparecer. Raramente é ela a raptá-las e consegue manter o sigilo da sua identidade pela influência magnética que mantém sobre terceiro, que nunca a denunciam ao inspetor Corvo. Corvo é um policial corrupto, mas com uma ética muito própria que o leva a nunca desistir de procurar quem leva as crianças, primeiro dos pobre e depois, quando o desespero é maior, das famílias de classe média. É um livro que se lê com muita facilidade, as personagens, além de Corvo, não são complexas e acaba por ser um liv...

A sacerdotisa de Avalon, de Marion Zimmer Bradley

Olá, mais uma leitura despachada. À semelhança do que aconteceu com a maior parte dos livros desta escritora (à exceção de um - A herdeira ), adorei-o. Voltamos às brumas e à história de Eilan, que se mistura com a História do império romano. Eilan seria sacerdotisa, mas os encalços do amor aproximaram-na de Constâncio, por quem se apaixonou à primeira vista. Nas fogueiras de Beltane, toma o lugar de uma amiga e ama este homem. Descoberta a façanha, ela deixa Avalon e parte com ele. Cisrcunstâncias políticas levam a que este se una, pelo casamento, a outra mulher, mas sem nunca a esquecer, nem ao seu filho Constantino. Constantino sucede o pai na escalada pelo poder, mas deixa-a participar ativamente na sua prática política e na educação do seu 1.º filho, Crispo. Unido pelo casamento a Fausta, a última acaba por conseguir que mande matar o seu próprio filho por um crime que este nunca cometeu. Eilan, então Helena, nunca lhe perdoa este ato monstruoso e parte em recuperação da mulh...

O viajante assassino

Olá, esta foi a minha última leitura e... não gostei. Não sou propriamente indicada para falar deste tipo de livro. Não sou muito fã de policiais, mas de vez em quando arrisco. Arrisquei e não gostei. O livro é extenso, tem 447 páginas e muita gente. São muitas personagens e intrigas, mas, sobretudo, muitas descrições (até receitas tem!!!).  Começa com o assassínio da mulher e filha de um policial entregue ao álcool. Tem marcas específicas e um modus operandi muito particular, que apesar de interessante, não é explorado na totalidade. Desfilam inúmeras personagens e situações, a meu ver, demasiado coincidentes para serem verídicas e, como seria de esperar, o assassino é um "suposto" conhecido / amigo, que desconfiei a meio do livro. Enfim, gostei pouco e achei um desperdício de páginas. A minha edição é da Presença e data de 2005. "Quando uma trama começa a desvendar-se, tudo acontece muito depressa. Tivemos sorte naquele dia. Toda a gente acaba por ser ...

Porque escolhi viver, Yeonmi Park

Depois de ter lido há relativamente pouco tempo o Inocência Perdida e os Bebés de Auschwitz estava a precisar de algo mais suave, mas como o livro foi emprestado por uma colega resolvi dedicar-me a esta leitura. Fiquei mais uma vez surpreendida pelo meu desconhecimento do mundo e dos humanos. Quem viveu uma Segunda Guerra Mundial, este mundo devia ter mais juízo. Uma coisa é, esporadicamente, ouvirmos umas notícias acerca da Coreia do Norte e acharmos que são todos loucos; outra coisa é lermos este relato na 1.ª pessoa e pensar "Que sorte que eu tenho de ter nascido em Portugal!" O livro espantou-me pela amplitude que tem. A descrição da vida na Coreia do Norte é atroz e confesso que inicialmente achei que era um pouco fantasiosa. É um livro biográfico. A autora, mulher de força, descreve com uma simplicidade de quem viveu as inúmeras carências de uma infância e adolescência perdidas, e arrasta-nos para uma espiral de sofrimento e ... pasmem-se: esperança. Ela nasce...

Bons alunos e boas pessoas

Sou professora. Não sou perfeita, mas tento fazer o meu melhor. Leio vários artigos e publicações sobre educação com os quais discordo e outros mais ou menos.  Ouço com frequência colegas meus dizerem que já ajudaram a formar médicos, juízes, atores famosos... Ninguém fala na Mãe, no professor, no auxiliar, na senhora das limpezas... Antes de me preocupar se os meus alunos vão ganhar muito ou pouco, preocupo-me que sejam felizes, que sejam bons seres humanos, que possamos confiar no nosso futuro. Magoa-me que apenas nos lembremos daqueles que chegaram mais acima na tabela hierárquica, porque esses também podem ser os vilões, os tristes, os infelizes... os maus. Não quero com isto dizer que sou pelos fracos e oprimidos. Não é isso. Na minha sala de aula quero esquecer a sua origem, quero olhá-los de igual forma, mesmo que eles não o façam, quero prepará-los a todos e tocá-los enquanto PESSOA. Quero orgulhar-me das suas ações antes da sua formação profissional, quero que eles ch...

Os bebés de Auschwitz, e Wendy Holden #marçofeminino

Mesmo a terminar março, findei a minha segunda leitura de uma escritora. Este livro é intenso, muito forte... capaz de levar-nos às lágrimas. Tive de parar inúmeras vezes e esperar, por vezes, alguns dias, até retomar a leitura. Já li muito sobre o Holocausto, mas continuo a não conseguir ficar indiferente e ainda bem. Este livro retrata a vida de famílias dizimadas pelo regime hitleriano e a certeza de mulheres mães, mulheres heroínas, sobreviventes e dos seus filhos cheios de vontade de viver. É tocante, escandaloso e dorido o que lemos nestes testemunhos. Um excelente trabalho desta escritora, que apenas se pode tornar aborrecido, para os menos interessados no tema, devido a algumas partes descritivas históricas. "Mandaram-nos para a floresta e depois mataram-nos todos a tiro." disse Sala. "O meu irmão foi um dos que tiveram de limpar a sujidade da matança e, acabada a limpeza, também mataram os que limparam. Mandaram-no tirar a roupa, que mais tarde foi ...

Esteja eu onde estiver, Romana Petri #marçofeminino

Romana Petri é italiana, desconfiei. Como é que uma italiana vai escrever um livro de Portugal, ainda por cima com 567 páginas?! e desenrolado ao longo do século XX?! Margarida, mulher sofrida, sem casa, apaixona-se por Carlos Freitas, que lhe deixa uma casa arrendada, uma filha e mágoa de um grande amor casado e com aspirações financeiras maiores. Custódia, solteirona, casa com galã machista, Belmiro, que gosta de dinheiro e muitas mulheres. Vive amargurada, mitigando a sua dor de forma egoísta e singular. É patroa de Margarida, a quem deverá os poucos momentos de felicidade da sua vida. Maria do Céu, filha de Margarida, afilhada de Custódia. Mulher forte e lutadora, como a sua mãe, cria 3 filhos de um marido ausente, Tiago, traidor e fraco.  Rita, Vasco e Joana, filhos de Maria do Céu e Tiago ficamos a conhecê-los e com vontade de saber o resto das suas vidas. Ainda conhecemos Violeta, uma deficiente física, irmã de Belmiro, que cuida de Maria do Céu, mas...

O brilho azul das estrelas, de Laura Pritchet

Olá, acabei há dois dias este livro que se lê facilmente. É uma narrativa que decorre a várias vozes, sendo que as principais são de Ben, protagonista da história, doente de Alzeimer; Renny, a esposa de Ben, mulher muito prática e Jess, uma das netas de ambos, que é considerada "esquisita". Ben tem consciências que sofre de Alzeimer e tudo o que isso implica, então vai escrevendo recados a si próprio, para que possa recordar-se de quem é e que é a sua família. Não esqueceu a sua filha Rachel, assassinada pelo seu próprio marido, Ray. No meio da confusão do seu próprio cérebro, Ben sabe que Ray já cumpriu a sua pena e saiu da prisão. Precisa de não se esquecer que o quer matar... Toda a história gira em torno do seu objetivo e em como os que o rodeiam não o acham capazes de tal, mas todos desconfiam que o fará. No meio de toda esta turbulência, Renny descobre também, porque a morte da sua filha a afastou do marido, que já não se lembrava de como amar.  As palavr...

As raparigas

Olá, terminei, ontem, o livro As raparigas , de Emma Cline. Foi-me oferecido no Natal. Foi editado em novembro do ano passado, pela Porto Editora.     Foi com algum receio que vi que a escritora era bastante nova, pois costumo gostar muito dos clássicos e os autores muito recentes, a maior parte das vezes parecem-me "verdinhos". Pois então, Emma Cline, nascida em 1989, propôs-se a escrever um livro sobre adolescentes nos loucos anos 60... e consegue. Ainda que não seja um livro arrebatador e, por vezes, se torne ambíguo, transmite-nos toda a estranha confusão que é a adolescência, a necessidade de aceitação, de amor, de pertença a uma sociedade (seja ela qual for), de existir, ainda que a cara não seja a nossa, o corpo emprestado...     Evie, uma menina de boas famílias, talvez devido à vida familiar vazia e posterior separação dos pais, evidencia a necessidade de se revoltar ao mundo que não a vê. O divórcio dos pais permite-lhe ter uma grande liberdade,...

A herdeira, de Marion Zimmer Bradley

Fiz mais uma leitura desta autora, que me é muito querida. Ouvi dizer que foi acusada de pedofilia pela própria filha após a sua morte, será verdade? Bem, este livro, apesar de intrigante em nada se iguala a outros que já li dela. Fala-nos da história de uma psicóloga, Leslie e da sua irmã, Emily. Mudam de casa e enredam-se numa história musical e assombrada. A antiga moradora da casa resolve escolher a sua sucessora em parapsicologia, mas tem um afilhado envolvido em magia negra. A personagem principal é a casa e tudo gira em torno dos fenómenos estranhos que lá acontecem. Interessante sem ser espetacular. A editora é a Difel e tem 386 páginas. Tradução de Rute Rosa da Silva. Sem defeitos a apontar.

Inocência Perdida

Olá, Inocência Perdida é chocante e sofrido. É um livro biográfico de Somaly Mam. Abandonada, vendida, casada à força, violada fisicamente e psicologicamente, foi escrava sexual num bordel. Esta mulher enfrentou o seu destino e escolheu revivê-lo todos os dias ao salvar outras mulheres do tráfico humano, da escravidão social e da morte. Ela conseguiu regatear a sua sorte e funda uma ONG que ajuda as mulheres escravizadas no Camboja. Também tem um site no facebook https://www.facebook.com/afesip/ Durante a leitura do livro não queria a acreditar que esta história era tão recente, tão atual... senti repugnância por este mundo. Assusta-me o que vou deixar às outras gerações. É atroz o que as mulheres ainda vivem em algumas partes do mundo, é inacreditável que as culturas não se modifiquem com o tempo.  Leiam, por favor. É um livro violento, que nos dá um murro no estômago, mas nos alerta para a triste realidade da escravidão sexual. A minha edição é da ASA, de 2008 ...

Abril despedaçado

Olá, a minha última leitura foi Abril Despedaçado , de Ismail Kadaré. É um livro publicado pela editora Publicações Dom Quixote, com tradução de Magda Bigotte de Figueiredo, com a 1.ª edição de maio de 2002. Este livro trata-se de uma obra inspirada nas antigas tragédias. Relata a saga de vingança enraizada numa zona montanhosa da Albânia, que ceifa vidas, ou seja, a vingança é o motor económico da região, além de assente em variadíssimas tradições seculares que apelam à constante renovação de derramamento de sangue ou de exílio voluntário. Confesso que não gostei do livro e que me desiludiu. Talvez ainda não tenha a maturidade necessária para apelar aos constantes monólogos interiores das personagens. Não recomendo e não voltaria a ler. A fotografia da capa não corresponde à edição que eu li, mas foi a que encontrei. Sei também que existe um filme brasileiro baseado neste livro e que tem o mesmo nome.

Sou o último judeu

Olá, a minha última leitura foi Sou o último judeu , de Chil Rajchman. É um livro com 140 páginas, que se lê muito rapidamente para quem bom estômago para digerir a atrocidade de uma descrição pormenorizada do que foi um campo de exterminação. O autor, é também o sobrevivente de Treblinka. Destinado à morte, tornou-se "dentista". Retirava os dentes de ouro ou de diamante que os mortos das câmaras de gás produziam. Aqui, ficamos a saber os horrores das casas dos horrores, a crueldade que não achamos possível pertencer a tantos humanos. A descrição sórdida do poder desvairado, que achamos apenas próprio de seriall killers. Medo! Medo que o mundo se transforme novamente neste ódio terrível e indescritível. Medo que o Homem não tenha aprendido o suficiente. Já passou! Verdade que sim, mas não passou assim há tanto tempo e o desejo é que nunca se esqueçam, para que jamais se repita. "De Inverno, os criminosos deixam as mulheres destinadas às câmaras de gás a um frio de ...

Prémio Nobel da Literatura 2010

Olá, por falar em prémio Nobel da Literatura, concluí ontem o título Pantaleão e as Visitadoras , de Mario Varghas Llosa, Nobel da Literatura em 2010. Já o tenho há algum tempo, mas confesso que a capa (como a que vêem) pouco apelativa, da editora D. Quixote, não contribuiu para que me apressasse a lê-lo. Nunca tinha lido nada deste autor e confesso que esperava uma leitura tão enfadonha como a capa. Fui surpreendida! O livro, apesar de não ter uma leitura muito fácil, é extremamente irónico e humorístico, além de ser... atual. Narra a história de um exército, que à força de violações "consegue" que o Exército permita um serviço de favores sexuais, dirigido pelo capitão Pantoja, exímio em qualquer das suas missões, que o leva a sério e trata este "departamento do Exército" com extrema disciplina e diligência. Custa-lhe um casamento que a obrigação recupera e, por pouco, a despromoção pela ordem cumprida ao limite. Escusado será dizer que entre as mais curiosa...

Sem tempo...

As leituras não pararam, eu é que parei de as comentar aqui. Os amigos não desapareceram, eu é que deixei de os ver tantas vezes. O trabalho não acabou, eu é que tenho menos tempo para ele. Porquê?! Porque tenho algo que me interessa mais que isso tudo: sou Mãe e há tanta coisa que muda, menos o prazer de ver o seu sorriso e sentir o seu cheiro.

O leitor, de Bernhard Schlink

Bem, as maravilhas da maternidade não me têm deixado muito espaço para leituras, mas tenho-me redimido sempre que posso e o sono me permite. Entre outras leituras (escassas) o título acima foi a última. Tinha curiosidade em ler este livro há já algum tempo, também devido aos positivos comentários que causou o filme que ele proporcionou. Foi uma leitura agradável, apesar de achar que, por vezes, se tornava monótono nas suas descrições de divagações, não propriamente essenciais para a progressão do enredo. Conta-nos, então, a história de um adolescente que se apaixona por uma mulher  mais velha que não sabe ler, mas que nunca o confessa e, devido a isso, envereda por uma profissão menos glamorosa, guarda num campo de concentração. É também essa profissão que a leva à prisão. Não abriu as portas de uma igreja em chamas, que albergava mulheres e crianças judias, vindas de um campo de concentração. Não querendo nunca declarar o seu analfabetismo, acaba condenada por muito mai...